segunda-feira, 21 de abril de 2008

O Enigma


SPORTING-BENFICA
Dia: 16 de Abril de 2008
Época: 2007/2008
Taça de Portugal: Meia-final
Estádio José Alvalade, Lisboa
Resultado após os primeiros 45 minutos: Sporting–0 Benfica–2
Ao intervalo Paulo Bento, no balneário, disse: «Vocês têm de fazer mais. Esta não é a nossa equipa!»
Resultado final: Sporting-5 Benfica–3

UNIÃO LEIRIA-SPORTING
Dia: 20 de Abril de 2008
Época: 2007/2008
Liga Bwin: 27ª Jornada
Estádio Municipal Magalhães Pessoa, Leiria
Resultado após os primeiros 45 minutos: União Leiria–2 Sporting–0
Ao intervalo Paulo Bento, no balneário, disse: ???????????????
Resultado final: União Leiria–4 Sporting–1
Mas o que é que Paulo Bento terá dito aos jogadores, ao intervalo?

O Pai Natal



Casos insólitos não são raros no futebol português.
Na presente temporada já tínhamos sido confrontados com o “caso Meyong”, mas na última semana e “por obra e graça do Espírito Santo” apareceu um empresário (?) com grande vontade de investir numa instituição centenária, mas com passivo impressionante.
De passado desconhecido e discurso pouco convincente, dispunha de 38,5 milhões de euros para investir no Boavista a troco da gestão da publicidade, no Estádio do Bessa, e dos direitos televisivos, por um prazo de tempo considerável.
Com dirigentes da SAD altamente profissionalizados só uma grande dose de ingenuidade e/ou irresponsabilidade e muitas de desespero, face à delicada situação em que vive o plantel, justifica a atitude dos boavisteiros ao acreditarem em tal solução financeira, apresentada por um individuo que proferia declarações pouco esclarecedoras e muito contraditórias.
Como era de esperar, e garantido o acordo entre o intitulado investidor e o Boavista, o dinheiro não apareceu nos cofres do Bessa, como previsto, e só depois de identificados alguns documentos falsos os responsáveis boavisteiros suspeitaram de fraude e denunciaram o caso à Polícia Judiciária.
Acusado de burla qualificada e falsificação, Sérgio Silva encontra-se, presentemente, mais longe dos impropérios da D. Fernanda e da excêntrica indumentária do Zé do Laço, mas muito mais perto do “xadrez”.

domingo, 13 de abril de 2008

"Derby" é dérbi


A origem do “derby” é sobejamente conhecida.
Desde 1782 que os ingleses organizam em Epsom, num percurso de milha e meia, uma corrida de cavalos para a selecção dos melhores animais. O exemplar mais bem dotado é designado o “cavalo de Derby”.
Embora tratando-se de uma prova entre vizinhos, o nome não só ultrapassou o restrito meio equestre como foi estendido a outras modalidades, nomeadamente, ao futebol quando os adversários são da mesma cidade ou circunscrição.
O duelo de Glasgow, entre o Rangers e Celtic é famoso em todo o Mundo, dada a enorme rivalidade existente entre as equipas e os próprios adeptos, separados também por questões religiosas.
De Glasgow ao Rio de Janeiro ou de Buenos Aires a Milão, os grandes jogos assumem-se como os maiores momentos da temporada futebolística nos respectivos campeonatos.
Confrontos memoráveis como Flamengo–Fluminense (Fla-Flu), Boca Juniors–River Plate ou Milan-Inter são recordados por muitos adeptos como exemplo da rivalidade entre vizinhos, atingindo enorme importância e desencadeando paixões difíceis de controlar.
Também, existem países onde a tradição dos “derbies” não atingiu papel de relevo, como a França ou a Alemanha, em virtude da não existirem clubes de nível semelhante na mesma cidade.
Em Portugal os encontros entre o Sporting e o Benfica são o dérbi por excelência do nosso futebol. O embate entre os dois colossos lisboetas simboliza não só a rivalidade entre clubes, bem sucedidos, mas também uma forma de estar no futebol.
E como um dérbi é sempre um dérbi, independentemente da prova onde se enquadre, mais um se avizinha desta vez no Estádio de Alvalade, que vai ser o palco privilegiado para se assistir ao confronto directo entre Sporting e Benfica, nas meias-finais da Taça de Portugal.
Por outro lado, sendo o dérbi uma competição desportiva entre vizinhos não é correcto apelidar-se de dérbi os confrontos entre benfiquistas vs portistas ou portistas vs sportinguistas. Na verdade, o grande dérbi nortenho disputa-se entre o F.C. Porto e o Boavista.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

FCP soma e segue


Mais uma época em que, os principais rivais de Lisboa se deixaram ultrapassar, facilmente, pelo F.C. Porto. Insistindo em passar as temporadas, futebolísticas, dando autênticos “tiros nos pés”, Benfica e Sporting permitiram que, mais uma Liga fosse enriquecer o palmarés do clube nortenho.
Contudo, aqueles que se encontram, minimamente, identificados com o fenómeno futebolístico têm de reconhecer mérito na conquista do 23º título nacional, pelo F.C. Porto, fruto não só da qualidade e das capacidades técnicas evidenciadas pelos seus futebolistas, mas também alicerçado na união do plantel, na organização e na estrutura competente existente no clube do dragão.
Um dos grandes obreiros da vitória foi, sem dúvida, Jesualdo Ferreira que, mantendo, praticamente, os titulares da época passada, formou uma equipa extremamente coesa e competitiva demonstrando um rigor e um profissionalismo dignos de registo. O F. C. Porto 2007/2008 foi uma equipa com dinâmica de vencedor, com um duo argentino preponderante e onde apenas faltou dimensão europeia.
Baseando-se, tacticamente, num típico 4-3-3, Jesualdo Ferreira, inteligentemente, limitou-se a fazer a gestão de um plantel onde a estratégia, as “rotinas de jogo” e as “mecanizações” vinham, em parte, da época transacta.
A baliza esteve entregue a Helton. O sucessor de Vitor Baía é um guardião sóbrio, bem constituído, fisicamente, para a posição que ocupa. Ágil, experiente e com “bons pés”, transmite à equipa a segurança e confiança que ela necessita.
Uma das grandes revelações da temporada foi, sem dúvida, Bosingwa. Jogador polivalente adaptou-se na perfeição ao lado direito da defesa e a sua chamada à selecção nacional foi prémio merecido. Possuidor de boa técnica e um “pulmão” que lhe permite fazer todo o corredor direito foi um dos grandes impulsionadores do ataque e uma das principais “armas” portistas, nas assistências para golo.
O uruguaio Fucile desempenhou o papel de defesa-esquerdo. Jogador vocacionado para alinhar no lado direito, parece “contra-natura” a sua presença no lado oposto. Melhor a defender que a atacar, pela força, pela raça e pela entrega permanente ao jogo, foi sempre uma peça importante no xadrez portista.
O esquerdino Marek Cech constituiu sempre uma boa alternativa para o lado esquerdo, quer na defensiva quer no centro do terreno. Pelas qualidades evidenciadas, o eslovaco talvez tivesse merecido mais oportunidades para se mostrar.
A zona central da defesa esteve, quase exclusivamente, entregue a Pedro Emanuel e a Bruno Alves. Pedro Emanuel, regressado de uma grave lesão transmitiu ao longo da prova a segurança e a experiência de um veterano. O título conquistado ficou bastante a dever à tranquilidade, eficácia e ao excelente jogo aéreo patenteados pelo capitão dos dragões, dono e senhor dos seus domínios.
Dotado de forte impulsão e de um elevado sentido de marcação, indispensável na posição que ocupa, Bruno Alves demonstrou sempre grande disponibilidade física e uma eficácia defensiva a “toda a prova”. Por vezes, exagerou na rudeza que colocou na disputa de alguns lances mas, no cômputo geral, foi um “pilar” que mereceu a chamada à selecção nacional.
Um dos “pontos fortes” do actual FC Porto encontra-se, como acontece em quase todas as equipas vencedoras, nos centro-campistas. De facto, para além possuírem qualidades individuais acima da média, os jogadores que formam o meio-campo portista complementam-se, na perfeição, formando um meio-campo sólido, de uma polivalência notável. Paulo Assunção é o “pivot”. Por ele “passa” quase todo o futebol da equipa. Forte, possante, é o principal responsável pela “marcação” e pelo flanquear do jogo. Importantíssimo nos processos defensivo e ofensivo, não é raro vê-lo ora a “encostar-se” aos centrais ora a tentar remates de “meia-distância”, perto da área contrária.
Raul Meireles confirmou, esta época, todo o seu potencial. De aspecto franzino, por vezes nem se nota a importância da sua função, é um futebolista raçudo, com grande poder de antecipação, tacticamente perfeito, eficaz na marcação e no “jogo aéreo”. Senhor de forte remate e autor de alguns golos, é a “formiguinha” tão útil numa equipa que luta para ganhar todas as competições.
Falar de Lucho Gonzalez é falar do grande jogador da época. Foi o cérebro da equipa, o homem que “pauta o jogo”, o municiador do ataque. Oriundo da Argentina, Lucho é um futebolista genial que, pelas prestações realizadas nas épocas que tem vindo a fazer, ao serviço do F.C. Porto, dificilmente se manterá em Portugal.
Futebolista, também, de eleição é Ricardo Quaresma. Como todos os jogadores talentosos evidencia alguns “tiques” de individualismo e uma certa inconstância exibicional. Quando inspirado, o fantasista e malabarista invulgar, é o futebolista que resolve as situações complicadas, sendo a ele que, habitualmente, a equipa recorre quando, colectivamente, as coisas não estão a “sair" de feição”. Normalmente, aparece quando é necessário, ora fazendo assistências de “trivela” ora em remates colocados da entrada da área. Foram decisivos alguns dos golos que marcou, na conquista do tri-campeonato. O jogador “amadureceu” e o mercado estrangeiro espera-o.
O marroquino Tarik Sektioui de proscrito passou a titular, indiscutível. Rápido, tecnicamente evoluído, o seu rendimento atinge patamares exibicionais muito aceitáveis, quando “colado” a uma das alas. Extremo-nato deve muito da sua efectividade ao sistema de jogo adoptado, pelo técnico, que privilegia os flanqueadores.
O goleador natural dos dragões veio, também, do país das pampas. Lisandro Lopez o melhor marcador da Liga Bwin melhorou substancialmente o seu desempenho, relativamente à época transacta. Ao invés do que acontecia na temporada passada, em que jogava mais sobre o flanco esquerdo, o seu posicionado na zona central do ataque, mais perto da baliza contrária, deu-lhe protagonismo e a confiança foi chegando à medida que os golos iam aparecendo, muitos deles entregues de “bandeja” pelo seu compatriota Lucho. Evidenciando um poder de choque e uma potência de remate notáveis, deve muito da sua eficácia à espontaneidade evidenciada na “zona da verdade”. Esta época, para o poderoso argentino, foi “ouro sobre azul” e o recente namoro com a apresentadora televisiva Marta Leite Castro, provavelmente, é a “cereja no topo do bolo”.
O rendimento e o desempenho demonstrados pelos atletas, com uma utilização mais escassa ao longo da época, como é o caso de Ernesto Farias, Stepanov, Bolatti, Kamierczak, e em parte Adriano, Mariano Gonzalez e João Paulo, dificilmente justificarão a conquista de um “lugar cativo”, no “team” campeão.
A hegemonia do Futebol Clube do Porto está para durar.

domingo, 6 de abril de 2008

O "Rei", embaixador


Nascido no bairro da Mafalala, em Lourenço Marques, Eusébio foi sem dúvida, como jogador, a maior referência do Benfica e do futebol português, com direito a figurar entre os maiores futebolistas de todos os tempos.
Campeão nacional em onze ocasiões, venceu cinco Taças de Portugal e uma Taça dos Campeões Europeus, para além da brilhante campanha realizada na fase final do Mundial de 1966, em Inglaterra, onde se consagrou como o melhor marcador.
O pantera negra marcou 473 golos ao serviço do Benfica e 41 golos quando vestiu a camisola da selecção nacional, por 64 vezes.
O tempo foi passando e, presentemente, o “king” para além de ser um acompanhante, permanente, da actividade do futebol benfiquista é também o embaixador da Selecção Nacional.
Hoje em dia, e talvez esteja aí uma das causas da difícil situação socio-económica que atravessamos, os lugares de relevância político-administrativa, são preenchidos por “amigos” ou “conhecidos” e, raras vezes por indivíduos que possuem competência e evidenciam as qualidades necessárias para o lugar. A sociedade portuguesa é fértil em incongruências, não sendo invulgar presenciarmos casos de “esbeltos modelos” no “papel de actores”, de actores a assumir carreira de “cantores”, de cantores que “viram” políticos ou de “gestores” que não vão além da escolaridade obrigatória. Tudo muito estranho. Muito estranho.
De facto, o “Principio de Peter” é completamente ignorado em Portugal, e alguns indivíduos fazendo “triste figura”, não se apercebem do ridículo da “imagem” que vão construindo.
As pessoas merecem respeito. Não as obriguem a desempenhar funções para as quais não estão, minimamente, vocacionadas nem mostram o mínimo de aptidão para o que lhes é requerido.
O meio século, que Eusébio já passou entre nós, não lhe deu paciência para “aturar” todos aqueles que, nos eventos para os quais é convidado, tentam aproximar-se da “vedeta”. No entanto, dá-lhe toda a legitimidade para se pronunciar acerca dos muitos golos que marcou, mas bem menos para subavaliar as qualidades de Cristiano Ronaldo relativamente às do brasileiro Kaká.

terça-feira, 1 de abril de 2008

"April's fools"


Hoje, dia de S. Hugo de Grenoble, os sportinguitas estão de parabéns, por dez motivos:

- Paulo Bento renunciou ao cargo de treinador da equipa de futebol;

- Seguidamente, o ex-treinador do Sporting assumiu funções no clube do seu coração, tendo relegado Chalana para o lugar de adjunto;

- Tiuí, Purovic, Ronny, Farnerud, Celsinho e Romagnoli, com saudades da família, regressaram felizmente ao, respectivo, país natal;

- Numa radiografia realizada a Filipe Soares Franco, num exame de rotina, foi revelada uma imagem muito ténue de uma costela verde;

- A Sociedade Portuguesa de Matemática proibiu a utilização do “losango” em jogos da Liga Bwin;

- A Lei nº XIV do International Board (grande-penalidade) foi alterada. Os futebolistas do Sporting passarão a marcar o penalty sem “keeper”, na baliza;

- Na presente época, o desempenho dos preparadores físicos do Sporting (professores de ginástica), será avaliado segundo os critérios da Ministra da Educação;

- Finalmente, o Sporting vai começar a tirar dividendos do protocolo celebrado com o Manchester United, em 2004. Só falta saber quando e como;

- Desiludido com o resultado desfavorável, verificado na final da Taça da Liga, o futebolista Miguel Veloso não mais apresentará o inovador penteado, exibido no Estádio do Algarve;

10º - Jorge Gabriel, ex-técnico do Arouca, assinou por cinco épocas e já se encontra a trabalhar na Academia. A loira Sónia Araújo desempenhará o papel de adjunto.

Nota: Se amanhã não aparecer, neste blogue, um desmentido, ele está feito.