domingo, 27 de julho de 2008

Aquisições benfiquistas


A estreia de Rui Costa, como principal responsável pelo futebol do Benfica, e as contratações já efectuadas trouxeram ao plantel novos elementos na esperança de proporcionar ao clube os êxitos, à muito arredados.

Carlos Martins: Futebolista, com algum curriculum, veio para o Benfica para relançar a carreira. Possuindo como principais características a colocação e poder de remate, a táctica do 4-4-2, que Quique Flores pretende implementar, não o favorece, particularmente. Obrigado a ocupar espaços recuados, no centro do terreno, em missões defensivas, perde também algum fulgor quando “descaído” sobre um dos flancos, afastando-o de zonas onde a sua temível meia-distância pode resolver alguns desafios. Do tipo emotivo, se conseguir jogar concentrado, durante os 90 minutos, e estiver fisicamente bem a titularidade espreita-o.

Hassan Yebda: Médio defensivo, possuidor de forte envergadura física, é um exímio recuperador de bolas, encaixando-se “às mil maravilhas” no sistema táctico do novo treinador. Jogador competitivo, incorpora-se com a propósito em acções ofensivas. A sua elevada estatura e poder de elevação poderão, ao longo da temporada, proporcionar alguns golos, especialmente, resultantes de bola parada.

Balboa: Recomendado pelo técnico, é um “ala-direito” rápido e imaginativo evidenciando bons pormenores técnicos, que poderão proporcionar úteis cruzamentos/assistências. Nos jogos já realizados mostrou-se sempre disponível para compensar as incursões do lateral do mesmo lado embora, por vezes, pareça denunciar alguma falta de ritmo competitivo. Não se conseguiu impor no Real Madrid, conseguirá no Benfica?

Ruben Amorim: Jogador do tipo “tapa buracos”, que privilegia o colectivo. Nas últimas épocas foi de uma utilidade extrema, no meio-campo do Belenenses. Com apurado sentido de marcação, as opções de Quique Flores poderão potenciar as suas qualidades. Contudo, em face das limitações tácticas, onde “entrarão” apenas dois centro-campistas, e da forte concorrência existente no sector (ex. Petit, Katsouranis, Maxi Pereira, Binya, Yebda, Carlos Martins e Felipe Bastos), o “banco” espera-o.

Aimar: Apontado como um “fora-de-série” este, ainda jovem, internacional A argentino, não confirmou, nas épocas subsequentes, o potencial exibido tão precocemente. Habilidoso, mas frágil fisicamente e muito atreito a lesões, a sua carreira na Europa não tem sido brilhante. De facto, após ter conquistado duas Ligas, pelo Valência, onde a regularidade exibicional não foi evidente, saiu aos 26 anos para um clube de menor dimensão (Saragoça), não tendo confirmado tão elogiadas qualidades. O empenho de Rui Costa e os montantes envolvidos, na transferência, tornam-se por demais incompreensíveis quando, o 4-4-2 de Quique Flores não contempla um médio-centro-ofensivo com as características do argentino. Ou seja, o nº 10 clássico.

Urretavizcaya: Jogador em quem os responsáveis do Benfica depositam grande esperança. Os desempenhos, no futebol uruguaio, apontam-no como um elemento de grande futuro. Muito jovem, denota alguma ingenuidade e inadaptação ao futebol encarnado, estando fora de questão a sua titularidade. Aconselhava-se o empréstimo, de forma a encontrar o seu espaço e necessária evolução.

Jorge Ribeiro: Formado no clube, regressou pela porta grande, seis anos depois. Existindo, no plantel benfiquista, dois elementos para a sua posição de raiz (Léo e Sepsi), nem mesmo o argumento de ter jogado, a última época, como médio justifica a seu regresso.

Felipe Bastos: Com apenas 18 anos, evidencia personalidade e já alguma maturidade. Notável a sua capacidade de passe e de movimentação que, transmitem ao futebol benfiquista a dinâmica de um “trinco” moderno. Inteligente, bom “distribuidor”, parece “ler o jogo” na perfeição. Tecnicamente evoluído, é um futebolista de remate fácil e potente, que deverá ser “lançado” na temporada que se avizinha.

Sidnei: Este defesa-central, oriundo do Internacional de Porto Alegre, tem como principal referência o ter estado nas cogitações do seleccionador Dunga, para integrar o lote de jogadores brasileiros, que vão participar nos Jogos Olímpicos de Pequim. Com apenas 19 anos, difícil tarefa o espera ao ter de disputar com Luisão, David Luiz, Edcarlos e Katsouranis um lugar no centro da defesa. Por outro lado, e atendendo à falta de classe patenteada pelos centrais benfiquistas, poderá ter uma “palavra a dizer” e ser a tábua de salvação do sector recuado.

A táctica: A primeira opção de Quique Flores tem recaído no 4-4-2, sistema táctico tão do agrado dos adeptos benfiquistas, mais saudosos. Sistema ofensivo caracteriza-se por jogar com dois “alas” bem abertos e pela presença de dois avançados, perto da área contrária. No entanto, há que ter algumas precauções. As características evidenciadas pelos dois flanqueadores podem tornar o sistema bastante vulnerável, semelhante a um 4-2-4, provocando desequilíbrios, no centro do terreno, onde jogam os dois médios defensivos, que terão de se desdobrar em tarefas de marcação e de ligação do jogo. Quando defrontam equipas de idêntico gabarito e com os médios distantes, entre si, torna-se evidente o desgaste suplementar a que estarão sujeitos os centro-campistas, correndo-se ainda o risco de “partir o jogo” e deixar os avançados desamparados e entregues à sua sorte.
A táctica já está escolhida, mas o flanco esquerdo do quarteto do meio-campo encontra-se ainda “coxo”, uma vez que os esquerdinos Fábio Coentrão, Freddy Adu e, temporariamente, Di Maria não estão no plantel.

Codina? Luíz Garcia? Belleti? Miccoli? Mark Gonzalez? Smolarek? Promessas ou Certezas? Realidade ou Ficção?

1 comentário:

Anónimo disse...

Toda a estrutura do futebol do Benfica é uma ficção. Época após época, descarrega-se no estádio da Luz mais um contentor de jogadores. Depois da tragédia da época passada, este ano é mais do mesmo. Com tanto "reforço" já devíamos ser a melhor equipa da galáxia... e arreodores, pois todos os dias mais alguém vem "reforçar" o plantel. Expectativas, já não as tenho, a não ser talvez conseguir ir à Taça Intertoto. Por isso em boa hora resolvi poupar os 160 € que me custaria a renovação do lugar cativo para ver espectáculos deprimentes. As grandes apostas nos talentos emergentes há um ano (Freddy Adu, Fábio Coentrão) agora tranformaram-se em empréstimos provavelmente para nunca mais voltar. O que se pode dizer para já desta nova era com Rui Costa ao comando do futebol encarnado é que mudaram as moscas mas a merda é a mesma. A começar pela cadeira presidencial.