domingo, 26 de outubro de 2008

Jesualdo "O Benfeitor"

Vocacionado para a formação, o professor Jesualdo Ferreira para além de um conhecimento profundo do panorama futebolístico português possui um forte sentido altruísta que o leva a “inventar” e a dar “tiros no pé”, com o objectivo de contrabalançar as forças, nos confrontos do FCP com os seus adversários.
Assim, não é de estranhar que em determinados encontros, onde o FCP é considerado favorito ou com grandes possibilidades de alcançar a vitória, a preocupação do professor seja tornar os jogos mais equilibrados, mais competitivos e emocionantes, intervindo de forma empenhada, no sentido de harmonizar a peleja.
De facto, ao colocar Hulk ou Farias na frente de ataque e fazendo derivar o “mortífero” Lisandro para os flancos, muitas vezes em tarefas defensivas, o professor não pretende senão colocar emoção e incerteza no resultado.
Ao conceder a titularidade a jogadores como Benitez, Lino, Guarin ou mesmo Mariano e ao atribuir a Lucho funções na ala-direita, Jesualdo não está senão a proporcionar ao antagonista a possibilidade de arrecadar alguns pontos.
A facilidade e/ou irresponsabilidade com que passa do rotinado 4-3-3 para um 4-qualquer coisa-qualquer coisa, para além de denotar desespero ou que “anda às aranhas” é “meio caminho andado” para o insucesso.
Ao “apostar” no veterano Nuno Espírito Santo, guarda-redes que fez grande parte da carreira no banco dos suplentes, em detrimento de Helton, por muito que o português una o grupo e dê um óptimo ambiente ao balneário, está a retirar qualidade e a introduzir instabilidade na zona defensiva.
Uma coisa é quase certa, José Nuno Pinto da Costa vai “levar” com o professor-benemérito até final da presente época, arriscando-se a não conseguir repetir os êxitos de épocas anteriores, para satisfação dos seus principais rivais.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Albânia ou Queiroz?

Primeiro gostaria de solicitar uma nova leitura ao “post” intitulado “O Mito” publicado neste blog, no passado mês de Julho, quando da contratação do professor Carlos Queiroz pela FPF.
Depois recordar que, os primeiros resultados contra as “fortes” selecções das Ilhas Faroé e de Malta foram classificados pelo seleccionador nacional como de “mágicos”. Contudo, a derrota em casa frente à pouco credenciada Dinamarca já foi atribuída, pelos “mass media” portugueses, à falta de experiência dos nossos futebolistas, sabendo-se que, a maioria deles disputa as mais competitivas ligas europeias. Fora, também, há mais de 15 anos que a Selecção Nacional consentira a última derrota em casa em jogos de apuramento para o Mundial. Aconteceu a 24 de Fevereiro de 1993, no Estádio das Antas, frente à Itália, por 1-3. O seleccionador nacional era Carlos Queiroz.
O encontro contra a Albânia, disputado em Braga, só veio confirmar a incompetência que o técnico(?) vem patenteando, ao longo dos anos.
Contra um adversário sem expressão que, se limitou a povoar o seu meio-campo e a zona defensiva, deixando os avançados longe dos restantes elementos e entregues a si próprios o seleccionador mostrou-se incapaz de alterar o rumo dos acontecimentos e contribuir para levar de vencida um equipa que, aos 40 minutos de jogo se viu reduzida a dez elementos.
De facto, o prof. continua a “ler” mal o jogo e a fazer substituições descabidas e fora de tempo dando razão àqueles que o consideram como um bom adjunto, que sente a falta do técnico principal, para lhe “soprar” aos ouvidos.
Para os fanáticos, guardiães-mor do “queirosismo”, o proteccionismo ao seleccionador irá continuar, bem como a compostura intelectual do mesmo.
Algures, numa casa apalaçada do bairro londrino de Chelsea alguém pronunciará famoso provérbio: «Atrás de mim virá, quem bom de mim fará».

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O Dr. Distraído

Em entrevista recente, concedida a um conhecido jornal desportivo o Dr. Soares Franco, presidente do Sporting Clube de Portugal, classifica o distanciamento entre os adeptos leoninos e o clube como uma crise de militância.
A decrescente presença de público em Alvalade, ano após ano, é atribuída a uma “falha de ligação emocional” dos simpatizantes ao clube, não tendo ainda o Sr. Dr. descoberto a formula de fazer crescer a família sportinguista.
De facto, não é apontando como resultados positivos a vitória no Torneio do Guadiana, a Supertaça e a presença na Champions, e minimizando as recentes derrotas com os principais rivais, Benfica e FC Porto para a Liga Sagres, que se atrai mais adeptos ao clube.
O afastamento a que está condenado o simples simpatizante relativamente aos craques, fechados “a sete chaves” na Academia, também não ajuda a juntar os sócios do clube verde branco.
Os falhanços, humilhantes, frente ao Real Madrid e Barcelona, a fraca qualidade de jogo patenteada nos encontros já disputados e as carências, em termos de oportunidades de golo criadas pela equipa, não contribuem para levar mais público ao Alvaláxia.
Por outro lado, as incompatibilidades viscerais do técnico Paulo Bento com futebolistas com potencial mais que suficiente para garantir a titularidade, não são trunfos a favor da união entre os associados leoninos.
O Dr. Soares Franco pode até imputar o não pagamento de quotas e o decréscimo de vendas das gameboxes à “crise global” e à falta de poder de compra dos portugueses mas, uma coisa é certa, sem vitórias e com uma equipa que exibe pouca consistência exibicional dificilmente entrará mais gente no estádio.
O presidente pode sobrevalorizar os torneios particulares disputados pelo Sporting, as Taças e Supertaças conquistadas, o apuramento para a Liga Milionária mas se o clube não vencer, a curto prazo a principal Liga nacional, os adeptos do futebol em geral continuarão a afirmar que os sportinguistas estiveram “x anos” sem vencer o campeonato, como aconteceu em 18 anos consecutivos, não sendo relevante mencionar as taças conquistadas, no período de "abstinência", nem tão pouco as vezes em que terminaram no segundo posto.

domingo, 12 de outubro de 2008

Futebolices (VIII)

Para além da justeza do empate, pontuar na Suécia não poderá ser considerado como um resultado negativo. Só que no futebol português, mais uma vez, não se sabe a quem atribuir o mérito do ponto conquistado.
Aos jogadores que suaram as estopinhas? Ao seleccionador que “montou” a equipa a contento? Ou às “energias positivas” do mestre Alves, famoso bruxo de Barcelos, que depois do “trabalho” na Aguçadoura, perto do mar, à meia-noite, se deslocou até Estocolmo para fazer um “servicinho”, junto ao estádio, e ajudar Portugal a ir ao Mundial?

sábado, 11 de outubro de 2008

Os Mourinhos


Considerado por muitos como o melhor treinador do “mundo e arredores” José Mourinho, ao optar por uma carreira “fora de portas”, acabou por deixar uma “pesada herança” no futebol português.
Treinador familiarizado com vitórias e títulos, aproveita com mestria a componente psicológica recorrendo à diversidade de opções tácticas e flutuações estratégicas, com vista à rentabilização das capacidades dos futebolistas ao seu dispor.
Tão afamado e de invejável curriculum, não foi difícil encontrar no futebol português técnicos com tendência para a “colagem” e para o seguidismo dos métodos a aplicar, na ilusão de conquistas garantidas.
Como o risco de fracasso é imprevisível e a imitação nunca é melhor que o original, treinadores como Luís Campos, José Gomes, Carlos Carvalhal, Vítor Pontes (antigo adjunto de Mourinho), ao perseguirem as “pegadas do mestre”, sentiram na pele tão arrojada atitude e comprometeram, de certa forma, as suas carreiras.
Por vezes, basta escolher o célebre “losango”, táctica bastas vezes utilizada por Mourinho, para conduzir ao insucesso uma equipa cujos jogadores evidenciam clara inadaptação a tal sistema.
Presentemente e devido à adopção de polémica táctica, Daúto Faquirá, Jorge Jesus e o próprio Paulo Bento, só para citar alguns dos que disputam a Liga Sagres, face à carência de resultados positivos, vêem comprometido o futuro à frente das respectivas equipas.
Exemplos semelhantes encontram-se espalhados pelas divisões secundárias do futebol português, onde a ausência de percepção, a excessiva ousadia ou falta dela e a escassa experiência conduzirão, a curto prazo, ao fracasso e ao término precoce de carreiras, muitas delas auspiciosas.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Nunca

Outro dia, em Lisboa, encontrei um senhor que:

- Nunca foi ministro, nem dirigente desportivo;
- Nunca assistiu a um jogo de futebol;
- Nunca leu “A Bola”, o “Record” ou “O Jogo”;
- Nunca adquiriu acções de SAD;
- Nunca chamou epítetos desprimorosos aos árbitros;
- Nunca recebeu nem pagou “luvas” ou comissões;
- Nunca se preocupou com o número de estrangeiros a jogar em Portugal;
- Nunca ouviu falar de Dias Ferreira, Guilherme de Aguiar e de Fernando Seara;
- Nunca pendurou a bandeira nacional, à janela;
- Nunca ouviu falar do prof. Carlos Queiroz, nem do prof. Neca;
- Nunca jogou no totoloto, nem no totobola, nem na raspadinha;
- Nunca leu um artigo da Leonor Pinhão, nem do Miguel Sousa Tavares;
- Nunca pôs em dúvida a inteligência de Luís Filipe Vieira;
- Nunca disse mal do Pinto da Costa nem ouviu falar do Estádio do Dragão;
- Nunca se arrependeu de ter votado Soares Franco;
- Nunca foi agredido/ofendido por ser simpatizantes de um clube;
- Nunca pagou IRS, nem IVA, nem a quota de qualquer clube;
- Nunca rugiu impropérios contra os treinadores de futebol;
- Nunca achou que Vale de Azevedo cometesse vigarices;
- Nunca viajou com “claques de futebol”;
- Nunca ouviu falar no “Apito Dourado”, nem na família Loureiro;
- Nunca achou graça ao palavreado do técnico Manuel Machado;
- Nunca concordou nem discordou da aplicação das novas tecnologias ao futebol;
- Nunca se pronunciou sobre a “táctica do losango”;
- Nunca achou que o Paulo Bento fosse um treinador com tranquilidade;

Era um senhor do Nepal.