quinta-feira, 30 de julho de 2009

Mais do mesmo

Sporting - Atlético Cacém: 3-0;
Sporting – Nottingham: 0-1;
Sporting – Feyenoord: 1-2;
V. Guimarães – Sporting: 2-2;
Sporting – Twente: 0-0.

Eram perfeitamente previsíveis os resultados, pouco animadores, conseguidos pelo Sporting nos encontros disputados, na pré-temporada.
De facto, com uma nova equipa técnica (Paulo Bento encontra-se à frente da equipa de futebol há, aproximadamente, quatro épocas), com um plantel completamente renovado (saíram, apenas, Romagnoli e Derlei e entraram Matias Fernandez e Caicedo), temporadas consecutivas com jovens craques, formados na academia, a abandonarem o clube (o último a sair foi Nani há dois anos) e com a equipa a ser reforçada, anualmente, seguindo as orientações do treinador, tornou-se complicado vencer o Atlético do Cacém, em encontro disputado na academia de Alcochete.
Com a presença do “Ferguson de Alvalade” a comandar a equipa técnica e com o “team” a denotar falta de entrosamento, excessiva rigidez táctica (losango e mais losango), jogadores a mudarem de posição, frequentemente, no decorrer do jogo e com titulares sem condições para tal (ex.: Pedro Silva e Caneira), avizinha-se mais uma época futebolística em que não se augura nada de bom para os sportinguistas, que começam a ver perigar o segundo lugar na Liga.

domingo, 26 de julho de 2009

Ajustes leoninos

No presente defeso e seguindo as orientações do seu técnico o Sporting, mais uma vez, decidiu fazer acertos e afinações cirúrgicas no plantel de futebol. Assim, e para além de não ter saído qualquer dos jovens “craques” formados na academia, viu o grupo de trabalho ser reforçado com quatro elementos. Dois (André Marques e Saleiro), são jovens futebolistas que, após algumas épocas a “rodar fora”, regressam à casa-mãe.

André Marques: Jogador canhoto, como convêm a um lateral-esquerdo-puro, é um jovem com elevado potencial e qualidades suficientes para, a médio prazo, se afirmar como titular no onze leonino. Forte fisicamente e rápido na marcação, complementa estes atributos com um remate potente, não se acanhando sempre que se aventura em subidas à área adversária. Provavelmente, estamos na presença do futuro defesa-esquerdo da selecção nacional. Só necessita de jogos e experiência.

Saleiro: Avançado-centro à moda antiga, mais posicional e de pouca mobilidade possui, no entanto, um remate certeiro que lhe tem valido alguns golos. Tal como Hélder Postiga, este jovem vai sentir dificuldades para garantir a titularidade num “losango” que “vive”, especialmente, do irrequietismo dos dois pontas-de-lança.

Matias Fernandez: De remate fácil e bom tecnicamente, como é característica dos sul-americanos, prometeu muito antes de chegar a Alvalade. Ainda pouco entrosado com a equipa, este chileno nascido na Argentina, se jogar 50% daquilo que evidenciou no Colo-Colo certamente irá “fazer a diferença”. A grande questão, destes sul-americanos que entretanto têm ingressado no futebol português, oriundos de ligas mais competitivas (Liga Espanhola, Liga Inglesa, Liga Italiana, etc.), é conhecer o motivo porque, ao longo dos últimos anos, não se conseguiram afirmar de forma categórica nos clubes por onde passaram, acabando por se refugiarem num futebol de menor dimensão, como o nosso.

Caicedo: Contratado para colmatar a vaga deixada pelo laborioso Derlei, o equatoriano pouco se mostrou no Manchester City, nos últimos tempos. Jogador ainda jovem, este esquerdino de forte compleição física, poderá ser o complemento ideal para Liedson. Mas atenção que, é mais um futebolista da América latina a sentir dificuldades em se impor no futebol europeu.

sábado, 25 de julho de 2009

Caras novas na Luz

Era espectável que as aquisições benfiquistas incidissem em futebolistas cujas características se encaixassem, na perfeição, na "táctica do losango", tão apreciada pelo treinador Jorge Jesus e que tão bons resultados têm proporcionado aos clubes por onde o técnico tem passado.

Shaffer: A vinda deste lateral-esquerdo pouco tem a ver com a táctica a utilizar, no futuro, mas tão-somente com a finalidade de colmatar uma lacuna existente no plantel, desde a época passada, que levou à adaptação de David Luiz aquela posição.
As primeiras impressões deixadas pelo argentino têm sido positivas. Parece ser um jogador raçudo que sobe bem pelo seu flanco e que centra com precisão e a propósito. Tem todas as condições para ser titular e relegar Sepsi para o banco.

Ramires: Confesso que não fiquei muito bem impressionado com o seu desempenho na Taça das Confederações. Embora o brasileiro veja no Benfica o trampolim para a Europa do futebol, muito terá de justificar para merecer uma pretensa proposta de um clube europeu de nomeada. Frágil fisicamente, vai sentir algumas dificuldades de adaptação ao futebol que por cá se joga. Por outro lado, chega cansado e com muitos jogos nas pernas, nada benéfico para a sua afirmação. Presentemente poderá ser considerado um “reforço com reservas”, embora se adapte na perfeição ao vértice direito do “losango”.

Patric: Será uma opção para o lado direito da defesa, mas nunca um concorrente directo a Maxi Pereira que, presentemente, já evidencia um bom momento de forma. De facto, o brasileiro nos poucos minutos que tem jogado pouco tem provado e dificilmente será primeira escolha para Jesus que, preferencialmente, poderá utilizar como recurso Ruben Amorim a lateral.

Saviola: Este argentino conseguiu chegar aos 27 anos sem se impor, categoricamente, num clube de nomeada do futebol europeu. E as oportunidades não lhe faltaram.
Bom tecnicamente, mas com carências ao nível físico para jogar junto dos centrais adversários, denota também alguma falta de velocidade para as funções a desempenhar no último terço do campo. Provavelmente, será uma boa opção para nº 10, quando o seu compatriota Aimar começar a sentir o desgaste dos jogos e o “peso” das lesões.

Weldon: Futebolista sobejamente conhecido do treinador, do tempo em que estiveram juntos em Belém, é um jogador de forte compleição física e que, com a velocidade que possui, pode criar dissabores nas defesas contrárias. Jogador nitidamente de contra-ataque, a táctica escolhida e o seu poder deambulante facilitarão a sua inclusão, de forma regular, no ataque encarnado podendo vir a ser uma opção válida para os lugares de Saviola e Cardozo.

Javi Garcia: Este ex-merengue só entrou no plantel encarnado devido à fraca consistência exibicional e ao diminuto poder de adaptação, ao vértice mais recuado do “losango”, evidenciados por Yebda e Ruben Amorim, nos jogos de preparação já disputados. Com a saída de Katsouranis o quadro de futebolistas, ao dispor de Jorge Jesus, não contemplava um jogador que desse as garantias necessárias ao técnico para o lugar. Pretende-se um futebolista com elevado poder de marcação, disponível para as compensações defensivas e sempre que se justifique apoie os homens da frente. O chamado médio “box to box”. Oxalá o madrileño não venha a desiludir, como aconteceu com o seu ex-colega Balboa, também oriundo do Real Madrid, e de percurso idêntico.

Fábio Coentrão: Esquerdino nato possuí, tal como Di Maria, as características de extremo à antiga, pronto para jogar colado à linha lateral e proporcionar jogadas de linha-de-fundo que, normalmente, são meio-golo. Com o “losango” como táctica preferencial, se quiser jogar com assiduidade terá, tal como o argentino, de pisar terrenos mais interiores do campo, à semelhança do que aconteceu com César Peixoto, na época passada no Sp. Braga.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

O guru

Durante as férias chegou-me às mãos, pela módica quantia de 1,95 €, um livro daqueles que se lêem de um assentada. Ou porque possuem poucas páginas, ou porque são cativantes ou ainda por estarmos desejosos de partir para outro tipo de leitura.
Este livro da autoria do parapsicólogo (?), vidente (?), espírita (?) guru (?) ou, o mais provável, empresário de futebol, Delane Vieira, possui todas aquelas características e algumas passagens curiosas:

«No final dos anos 60, trabalhei no Benfica, no qual fui muito acarinhado.
Vim para o Benfica com o treinador Otto Glória, meu compatriota e amigo, grande treinador de futebol, falecido em 1986………..Mas o que ele (Otto) queria era alguém com força psicológica e capacidade de médium – e nestas áreas, ele sabia que podia contar comigo. Otto era grande amigo de meu pai, um dos maiores espíritas do Brasil, que já o tinha informado sobre as minhas capacidades de premonição».

«Comecei a colaborar com o FC Porto no início da época de 1984/85.
No início, tinha a minha casa em Lisboa. Ia todas as quintas-feiras para o Porto e regressava no fim dos jogos. Era muito cansativo – porque tinha de preparar em Lisboa os “trabalhos” e levar tudo para o Porto. Chamo “trabalhos” a tudo o que decorre da minha acção como médium, o dom que permite contactar e receber as informações das entidades espirituais que me acompanham. Era preciso, por exemplo, preparar fitinhas para um ou outro jogador prender nas pernas por debaixo das meias e preparar uma moedinha, que era atirada para o campo antes dos jogos. Era necessário, ainda, levar garrafas de cachaça – que, às sextas-feiras à noite, eram partidas numa praia em oferenda ao Pai João».

«Uma das pessoas que mais me desapontaram no futebol foi o Inácio.
Eu era amigo dele, amigo da família, amigo de casa, amigo independente de qualquer interesse. Ele pediu-me ajuda para ser campeão pelo Sporting. Consultei as entidades. Estava tudo certinho: Inácio estaria nas mãos do Pai João e seria campeão. O que eu previa concretizou-se. O Sporting foi campeão.
Inácio apanhou-se com o título e desapareceu».

E eu que, depois de tantos anos a ver e a acompanhar o futebol, sempre atribuí o domínio benfiquista, na década de sessenta, ao Eusébio e aos “monstros” que o acompanhavam.
Ingenuamente ou não, também pensei que o FC Porto tinha vencido a Taça dos Campeões Europeus, em 1987, por ser detentor de um quadro futebolístico com categoria acima da média, onde se evidenciavam o Paulo Futre, o Gomes, o Madjer, o Juary e outros tais.
Nunca me passaria pela cabeça que o Sporting tinha vencido o campeonato nacional, após 18 anos de jejum, devido aos poderes ocultos de um “iluminado” brasileiro e não à capacidade de estruturar e “arrumar” um “team” do Augusto Inácio ou à experiência e classe patenteadas por um Schmeichel, André Cruz, Babb, Acosta, Pedro Barbosa, etc.
Estamos sempre a aprender….