sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Futebolices XXI

Nada acontece por acaso. Muito menos no futebol.
A utilização da táctica aconselhada e da estratégia mais eficaz é “meio caminho andado” para se chegar ao êxito.
“Espetar” três tentos no Everton que, não há muito, tinha desbaratado o Chelsea e o Manchester United, na Premier League, não está ao alcance de qualquer equipa.
Ao colocar dois elementos nas alas (Yannick e Izmailov), Carvalhal tinha tudo para ser feliz e os golos apareceram com a naturalidade, justificados por um Sporting dominador.
Já no encontro da 1ª mão, em Liverpool, o Sporting tinha conseguido um penalty moralizador, após entrada de Yannick para ocupar uma posição num dos flancos, de forma a “abrir” a frente de ataque.
Já é altura de alguém aprender a lição.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O Descalabro

Confesso que te invejo, meu caro Zé Eduardo.
Ser presidente profissional do meu clube, com chorudo vencimento, mordomias que nunca mais acabam e passar o dia, na academia, a assistir aos treinos em contacto directo com as “vedetas” é mais que suficiente para te invejar o lugar. Adicionando as fartas almoçaradas e jantaradas, em saudável cavaqueira e confraternização, com os núcleos sportinguistas, preferencialmente, localizados no Canadá ou em New York, a que mais poderia aspirar?
Por outro lado, e sempre que as decisões ou a ausência delas fossem contestadas, poderia sempre recorrer aquele teu ar de enfado e apelidar de terroristas os associados, responsabilizando-os pelo ambiente destabilizador, ameaçando-os de expulsão.
Embora te esforces por “passar” uma imagem populista, o teu pomposo apelido não consegue ocultar uma aristocracia indispensável à continuidade das demagógicas e pouco rigorosas gestões, que te antecederam.
Também não te imaginava milagreiro, meu prezado consócio José Eduardo Bettencourt, e custa entender como “do pé para a mão” ou por artes mágicas conseguiste passar de uma situação de deficiente orçamento, como sempre apregoaste, e conseguiste disponibilizar uma verba próxima dos 11 milhões de euros, que coloca o Sporting no lugar cimeiro dos clubes europeus que mais gastaram em contratações, no mercado de Janeiro.
Ingénuo, ainda acreditei que ias “atacar” o “Mercado de Inverno”, com a intenção de corrigir carências evidenciadas por um plantel mal estruturado e direccionado para um estafado “losango”, responsável pelos sobressaltos e insucessos da presente temporada, procedendo aos necessários ajustes e acertos no quadro de futebolistas.
Mas mais uma vez a expectativa saiu gorada e, provavelmente, mal aconselhado pelos teus assessores directos e/ou pela nova equipa técnica e evidenciando um gritante desconhecimento futebolístico e uma incompetência confrangedora, investiste em elementos que, presentemente, pouco irão modificar o panorama desportivo sportinguista.
Começaste por “gastar” 3,5 milhões de euros no “baixinho” João Pereira. Jogador de inegáveis recursos, temperamento aguerrido e de entrega total ao jogo, mas que pouco irá contribuir para colmatar os desequilíbrios que se verificam nas faixas laterais, mais recuadas. Apostar num defesa lateral-direito não parece ter sido a escolha mais acertada, quando no lado oposto apenas existe um Grimi (quanto estará a custar este activo, contratado ao Milan?) que, devido à sua deficiente qualidade técnico-táctico, em condições normais dificilmente seria uma opção em qualquer clube candidato a títulos.
Na segunda aquisição desembolsaste 6,5 milhões de euros e a escolha recaiu em Sinama-Pongolle, avançado que nesta época em dez jogos disputados, ao serviço do Atlético de Madrid, marcou “zero” golos. Nada animador, sabendo-se que, na temporada transacta e também no clube madrileno, em trinta jogos apenas apontou 5 tentos, o último dos quais frente ao Almeria, em 18 de Janeiro de 2009. Na prática adquiriste o avançado mais caro de sempre do emblema leonino com o objectivo de substituir um outro, recrutado no início da época e não menos eficaz (Caicedo).
E se os milhões de euros despendidos, tivessem sido empregues em Ruben Micael, futebolista jovem, adaptadíssimo ao futebol português, de categoria inquestionável e que se encaixava na perfeição num meio-campo onde pontificam Miguel Veloso e João Moutinho, que o Nacional “oferecia” por 5 milhões de euros?
A última aquisição custou 1,3 milhão de euros e é ainda mais incompressível. Apostar em Pedro Mendes, centro-campista de 30 anos, para reforçar um sector onde existem futebolistas com características semelhantes, numa altura em que o novo técnico tentava “lançar” o jovem Adrien, não parece coerente.
Assim, e no sentido de colmatar as lacunas existentes no plantel, teria sido mais aconselhado o investimento em futebolistas com as características necessárias para jogar bem abertos nas alas, quer numa opção táctica de 4-4-2 ou 4-3-3 de forma dar a profundidade ao futebol leonino, que tanto carece.
Difícil de explicar, a não ser que ande por aí “dedinho” de empresário, a aposta em futebolistas que estão impossibilitados de disputar a Liga Europa (representaram os anteriores clubes na referida Liga) sabendo-se que, o Sporting se encontra arredado da disputa do titulo máximo nacional, eliminado da Taça de Portugal e que a Taça da Liga e a Liga Intercalar não justificam os montantes envolvidos em tais aquisições.
Ah! É verdade! Depois da audição das “escutas”, quando te cruzares com o teu homologo Pinto da Costa, não te esqueças de lhe estender a mão e ficar “pendurado”.