segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

JEB deu um traque e fugiu

Existe um ditado popular que diz: «Quem se vê e não se viu, deu um traque e fugiu». Ditado antigo, pretende retractar indivíduos com passado pouco afirmativo, não parcos em promessas quando em lugares de destaque mas, quando os abandonam, quase sempre apressadamente, pouco ou nada deixaram de válido e relevante.
Após derrota, em Alvalade, com o Paços de Ferreira por 3-2, mal sentiu a contestação por parte dos associados, na fase final do encontro, José Eduardo Bettencourt demitiu-se do cargo de presidente do Sporting.
Durou cerca de ano e meio o confrangedor mandato do primeiro presidente profissional do Sporting. Não cumpriu a sua missão e saiu pela “porta pequena”, deixando o lugar com pouca honra e ausência de glória.
Apostou em treinadores inexperientes e sem curriculum (Carvalhal e Paulo Sérgio) e em directores para o futebol, com idênticas características (Sá Pinto e Costinha).
Também contratou um punhado de jogadores, de capacidade duvidosa, em mercados caríssimos como o italiano, o espanhol e o inglês. Más compras, que levantaram legítimas dúvidas pelas avultadas verbas envolvidas e que nada conquistaram.
Por outro lado, protagonizou episódios de tensão, descabidos, com alguns sectores da massa associativa, ao ponto de chegar a ameaçar de expulsão sócios implicados em movimentos de contestação e que ajudou ao afastamento dos adeptos do estádio.
Se à lista de fracassos adicionarmos as vendas, a preço de saldo, de Miguel Veloso e João Moutinho, que originaram o incomodo criado pelas palavras de José Eduardo Bettencourt, naquela triste conferência de imprensa, classificando João Moutinho como uma maçã podre que contaminava todo o grupo obrigando-o, posteriormente, a cair em contradição ao definir Moutinho como um profissional extraordinário.
Recentemente viria a contratar José Couceiro, sem uma explicação clara sobre funções e objectivos que, com o recente abandono, mereceu apenas duas semanas de confiança presidencial.
Ao “bater a porta”, JEB para além de não cumprir o compromisso assumido com mais de 90% dos associados, coloca tudo na estaca zero, abrindo caminhos e opções ao clube de Alvalade para poder afastar uma “geração de notáveis gestores” que, com o argumento da sustentabilidade e do saneamento financeiro conduziram o clube a secundários lugares desportivos.