O verde para além de ter uma forte afinidade com a natureza,
sendo a cor que procuramos, instintivamente, quando estamos deprimidos,
encontra-se conotado com a esperança e, também, associada à cor predominante no Sporting Clube
de Portugal.
Para
o simples adepto ou simpatizante do clube de Alvalade, tudo isto parece não fazer
qualquer sentido quando, mês após mês, época após época, se verifica um
auto-flagelamento e o abandono precoce dos objectivos, previamente, estabelecidos.
O
início da temporada 2011/2012 perspectivava, mais uma vez, para as hostes
sportinguistas, o “virar de uma página” e o “corte integral” com um passado
recente nada vanglorioso, por ausente em títulos.
Com
a chegada da nova direcção, presidida por Godinho Lopes, apoiada no regresso de
gestores (?) para o futebol, com responsabilidades nos últimos títulos
conquistados (Carlos Freitas e Luís Duque), a esperança no futuro foi renovada
e a contratação de Domingos Paciência, como treinador, depois de relativo êxito
no Sp. Braga, era prova disso.
O
início da temporada indiciava que, o Sporting, passava a ter uma verdadeira política
de aquisições e que o plantel iria ser constituído com “cabeça, tronco e
membros”.
Assim,
e após a escolha da equipa técnica que, implementava, predominantemente, o
sistema de jogo mais aconselhado para o futebol português (4-3-3), foram
cirurgicamente adquiridos, dentro das limitações financeiras existentes, os
futebolistas que melhor se “encaixariam” na táctica e estratégia, previamente,
escolhidas.
A
aquisição de quase duas dezenas de jogadores, a falta de entrosamento e
mecanização haveriam de justificar alguns dos resultados menos conseguidos, no
início da época futebolística.
Estabilizada
a equipa, começaram a “aparecer” os resultados que galvanizaram os adeptos para
“altos voos”. “Sentia-se” a equipa equilibrada e os êxitos conseguidos nos
meses de Setembro/Outubro, foram disso o reflexo.
Com
a baliza entregue a um guarda-redes jovem, mas confiante, que justifica
plenamente a titularidade na selecção portuguesa e um quarteto defensivo,
formado embora por elementos cuja experiência competitiva suplanta, nitidamente, a
capacidade técnica, deveriam contudo “chegar”, perfeitamente para as exigências.
No
entanto e no actual plantel, são os centro-campistas que evidenciam melhor qualidade e que
dão à equipa a estabilidade necessária para os triunfos. Rinaudo é um trinco
“box to box”, raçudo, com elevado poder de marcação e desarme, extremamente,
importante quando a equipa perde o esférico e cuja ausência terá contribuído,
em parte, para o ambiente que se vive, presentemente, para as bandas de
Alvalade.
Ao
futebol praticado e ao equilíbrio táctico evidenciados, pela serie de dez
vitórias consecutivas, não poderão ser alheios os “triângulos” constituídos nas
alas, por João Pereira, Elias e Carrillo, na direita, e Insúa, Schaars e Capel
no lado oposto, “coisa” que há muito não se via na equipa de futebol do
Sporting.
No
ataque, a "entrega" do jovem Van Wolfwinkel não disfarça ausência de um
“matador”, nem as saudades de Acosta e Liedson. Logicamente que, os resultados
ressentem-se disso.
Refira-se
que, uma equipa de futebol, com aspirações não aparece de “um dia para o
outro”, torna-se necessário tempo e “estabilidade ambiental” que, mais uma vez,
não foram concedidos ao novo técnico.
Embora
com presença garantida na final da Taça de Portugal, o actual Sporting não
possui o “andamento de jogo” evidenciados pelo Benfica e FC Porto e que, à
partida, o coloca numa posição de “outsider” relativamente à disputa directa
pela Liga. Também a ausência de suplentes “à altura”, provocou em Domingos uma
temporária e inesperada desorientação, nas opções e na “arrumação” dos homens do meio-campo,
após a lesão de Rinaudo.
Com
um presidente que, evidencia uma personalidade de acordo com a sua estatura
física, rodeado por “jagunços” que se escondem em atitudes populistas e de
fácil mediatização (o túnel é disso exemplo), o mais aconselhado era dizer mal dos árbitros ou “correr”
com o treinador, substituindo-o por um instável e conflituoso Sá Pinto, cujas
principais qualidades técnicas são: o carisma, o sportinguismo, a garra e o
acerto do seu punho, confirmado por Artur Jorge e Liedson.
PS:
O futuro treinador não deverá nem poderá “inventar”. Basta conservar a táctica,
colocar os futebolistas nas suas posições e, acreditem ou não, retirar Onyewu
(sem “escola” nem velocidade, para o lugar que ocupa) e Matias Fernandes (falta
“cabedal”, velocidade e a “ mastigar” muito o jogo) e não prescindir do Polga,
independentemente das campanhas existentes contra o experiente jogador.