Toda esta situação
só foi possível e duradoura, com o beneplácito da direcção portista da qual,
dizem as más-línguas, o “guarda” recebia todas as instruções e orientações de
actuação.
Os principais clubes
do futebol português (Sporting e Benfica) sempre se manifestaram críticos a
esta forma ameaçadora do FCP receber os seus mais directos antagonistas tendo,
inclusive, “sentido na pele” e sofrido bastantes dissabores, nas visitas ao
norte do País.
Repugnante criatura
há muito foi esquecida, pelos adeptos do futebol, e só o episódio protagonizado
pelo actual vice-presidente do Sporting trouxe à memória os tempos de então.
O clube de Alvalade
e as suas direcções sempre tentaram transmitir uma imagem de rigor e isenção,
repudiando e denunciando actos de aliciamento, de corrupção ou de coacção, mas a
chegada da direcção chefiada por Godinho Lopes colocou em Alvalade, um
vice-presidente para o pelouro do Património e das Infraestruturas, ex-policial
mas de curriculum pouco recomendável.
Em poucos meses e segundo
consta, depois de estar implicado na escolha das infelizes fotos do túnel de
acesso ao relvado e, provavelmente, na precoce saída do treinador Domingos, é
envolvido num processo-crime e acusado de denúncia caluniosa ao árbitro
auxiliar José Cardinal, numa tentativa de incriminar as gentes do Marítimo, em
véspera de encontro, com os leões, para a Taça de Portugal.
Em virtude de tais acontecimentos
e de ter sido constituído arguido, Paulo Pereira Cristóvão auto-suspende-se das
funções de vice, com o argumento de tal atitude defender os interesses do
Sporting e o bom nome do clube leonino. Godinho Lopes aprecia o gesto e é lesto a aceitar o pedido.
Mas como em futebol,
como diria o outro, aquilo que hoje é verdade amanhã é mentira, Cristóvão, 48
horas após, arrepende-se e manifesta a intenção de regressar ao abandonado
posto e, pasme-se, é ao próprio presidente Godinho Lopes que, numa reunião que
se prolongou por mais de 10 horas, tomou a decisão de reintegrar o seu vice-presidente,
com plenos poderes no Conselho Directivo.
De facto, arguido
não é culpado mas como a procissão ainda vai no adro, Pereira Cristóvão deveria
ficar longe de Alvalade até todo o processo finalizar evitando envolver e
denegrir a imagem da instituição Sporting.
Os mais perversos poderão ver no seu regresso, aprovado pelo Conselho
Leonino e defendido pelo próprio presidente, a possibilidade da existência de cumplicidades,
no reino do leão, e, os mais crédulos, a certeza de que até Agosto serão pintados quatro
mastros, contruídas duas novas bancadas, uma bancada para a família e uma nova sala para os sócios do Sporting.