terça-feira, 22 de maio de 2012

O Efeito Sá Pinto

Se só o querer, a raça, o empenho e a atitude ganhassem, por si só, competições, taças e campeonatos, certamente que, bastaria a equipa técnica ser composta por um preparador físico, para “dar músculo” e um psicólogo para “fazer a cabeça” de cada futebolista e os êxitos fluiriam como que espontaneamente.
Se acrescentarmos a todas estas componentes, fundamentais na concepção e dinâmica de uma equipa, a “conquista do balneário” e o apoio dos adeptos, então estamos na presença do “efeito Sá Pinto”, fastidiosamente, elogiado como o introdutor daqueles atributos na filosofia de jogo do Sporting.
De facto, se somente aqueles predicados fossem suficiente para garantir o sucesso de uma “team” de futebol, muitas equipas haveria que, na terceira divisão, nos distritais ou na disputa da Taça Inatel, venceriam todos os fins-de-semana.
Numa equipa técnica tem que existir uma competência mínima, evidenciada na escolha dos jogadores em melhor forma, na melhor táctica a adoptar, na mais eficiente estratégia e na sagacidade das substituições a efectuar. Se tal não se verificar, a vontade, ambição, determinação e exigência acabarão por se diluir, mais dia, menos dia.
Com a comunicação social a seu lado e os “adeptos profissionais” na mão, Sá Pinto regressou ao Sporting numa altura em que no clube, exceptuando a final da Taça de Portugal, pouca ambição existia, depois da equipa leonina ter sido eliminado da Taça da Liga e arredada da disputa dos lugares cimeiros da principal Liga. Sá Pinto desfrutou, assim, da tranquilidade necessária e suficiente para fazer um brilharete na Liga Europa. Contudo, em dez jogos disputados, fora de casa, foi derrotado por seis vezes.
Poucos admitem que, grande parte dos resultados positivos alcançados se deve às ausências, por lesão, de Onyewu (fisicamente forte, mas lento e sem posicionamento) e de Matias Fernandez (evidencia técnica inversamente proporcional ao poder físico e lentidão em demasia), e ao regressado Izmailov (futebolista de elevada capacidade competitiva) bem como, à categoria patenteada, nos “grandes jogos”, pelo injustiçado Anderson Polga que, com Xandão, formou dupla eficaz.
Lamentável a abordagem de Sá Pinto, agastado com as declarações de Adrien, antes da final do Jamor, depois do jogador, emprestado pelo Sporting, ter manifestado a vontade de conquistar o troféu, contrariando o “blackout” (mais um “faits divers” leonino) instituído pelo clube que lhe paga o ordenado.
Quando os resultados não aparecem, o verniz estala e as atitudes intempestivas, inoportunas e até agressivas começam a surgir. Refrear os ímpetos, cada vez vai ser mais difícil e, progressivamente, os comentários e as críticas às arbitragens vão suceder.
 Com Domingos ou Sá Pinto, o Sporting investiu e a sua equipa de futebol não cumpriu os objectivos, como vem sendo habitual, Espera-se que, o clube leonino, na próxima época, não tenha de recomeçar a meio da temporada, como vem acontecendo nos últimos anos.