sábado, 10 de dezembro de 2011

Sintetizando

A solicitação, atravez de email, de um amigo sportinguista, sobre o desempenho dos três grandes na principal  Liga do futebol português, foi a "perda de toque" de reactivação do blogue, há muito esquecido.
Assim, e relativamente ao futebol, e sintetizando, penso que:

O FCP, pouco mudou a equipa relativamente à época passada, “apenas” saíram o treinador e o Falcão, do team super-vencedor.
O Vitor Pereira, embora mantendo a táctica, é um técnico que “lê mal o jogo”, e não são raras as vezes que não acerta nas substituições (por vezes parece o Carlos Queiroz) e no escalonamento da equipa.
Por outro lado, não sei onde o Pinto da Costa tinha a cabeça (provavelmente entre as pernas da brasileira), quando acreditou que o Kleber seria o substituto do Falcão. O Kleber, quando no Marítimo, pouco se tinha evidenciado, algumas vezes nem titular era, e em termos de golos marcados não justificava, quanto a mim, a transferência para o FCP.
Com um treinador "burro" e sem um “matador”, à altura, dificilmente repetiriam a época passada.

No Benfica, para além de se ter reforçado com elementos com alguma valia, está a beneficiar da perspicácia do Jorge Jesus. Culturalmente débil, foi suficientemente inteligente para abandonar a enraizada “táctica do losango” que, no primeiro ano tinha dado “frutos” mas que na época passada deixou muito a desejar, para introduzir algumas das novas aquisições que dificilmente “encaixavam” na táctica antiga (muito rígida).
A equipa está melhor, especialmente defensivamente, com o Artur a dar a tranquilidade que nunca existiu com o Roberto, mas pode ser traída pelo endeusamento e convencimento de que são favoritos, e a eliminação da Taça de Portugal quer dizer alguma coisa.
Para não falar do “banho de bola” que levou, no seu estádio, do Sporting.

O nosso Sporting recomenda-se. Finalmente, está a jogar como eu sempre preconizei e defendi.
Numa táctica 4x3x3, com dois extremos “colados às linhas”, com um único ponta-de-lança, com grande sentido de desmarcação, e com o triangulo do meio-campo a inverter os vértices consoante o adversário e o desenrolar do desafio. Foi pena aquele “tampão” do centro do terreno (Rinaudo) ter-se lesionado. Com ele, em campo, as aspirações seriam outras.
No entanto, acho que a defesa, especialmente na zona central, ainda não atingiu os índices de segurança tão necessários numa equipa que luta em todas as frentes, para vencer. O Rodriguez que tão regular foi no Sp. Braga, tarda em aparecer. O americano provoca-me arrepios, com a bola nos pés e embora sendo alto, possui um deficiente tempo de salto (como ficou demonstrado na Luz) que tem contribuído para que o Sporting já tenha sofrido cinco tentos em cantos e bola
parada. É um jogador sem “escola” e sem categoria.
Penso que, no defeso, os responsáveis pelas aquisições fizeram um bom papel. Escolheram a táctica que melhor se adapta ao futebol nacional (4x3x3). Contrataram o técnico que, habitualmente, utilizava essa táctica e compraram os futebolistas com características para implementar a táctica e estratégia previamente delineada.
Também foi importante a dispensa de alguns jogadores, dos tempos do Paulo Bento, que andava a “afunilar o jogo” e pouco produziam.

Não sei se fui explicito, mas foi uma opinião dada ao “correr da pena”.

Um abraço e saudações leoninas,
Luís de Sousa


domingo, 3 de abril de 2011

O Calimero

O professor Carlos Queiroz voltou a atacar. Com a comunicação social sempre pronta para branquear a sua imagem e incompetência, as lamentações regressaram e descobriram-se novos alvos, sempre responsáveis pelos seus insucessos ou má conduta. Criticou o primeiro-ministro, José Sócrates. Atacou o Secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias. Acusou o vice-presidente da FPF, Amândio de Carvalho. Responsabilizou Luis Horta, presidente da AdoP. Afrontou Scolari, ex-seleccionador nacional de futebol. Incriminou Onofre Costa, assessor da imprensa do Secretário de Estado. Hostilizou Pepe e Deco, jogadores por si seleccionados e associou doping com Liedson, depois de, em tempos, ter agredido Jorge Batista, assessor da imprensa da UEFA. Talvez estivesse na altura do professor Carlos Queiroz pegar numa equipa de futebol sénior e ganhar um título, mesmo que de II Liga. Também nós já estamos fartos da sua sonsice, das suas lamechices e da “conversa da chácha” que lhe têm permitido sobreviver “à pala” das indemnizações.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Situacionismo

O pedido de demissão do primeiro-ministro José Sócrates que, forçosamente, conduzirá à queda do executivo por ele chefiado e às consequentes eleições legislativas, assemelha-se em parte à situação, presentemente, vivida pelos associados do Sporting Clube de Portugal que, no próximo fim-de-semana irão a votos. Coincidência ou não, o certo é que o Sporting sempre pareceu um clube que, para o bem e para o mal, mostrou andar a par com os regimes políticos que têm governado (?) o País, nos últimos cem anos. De origem aristocrata, o clube de Alvalade, fundado em 1906 em plena monarquia, nasceu do ideal e do financiamento de um visconde. Durante os longos anos do Estado Novo foi presidido por indivíduos com afinidades ao antigo regime e onde, habitualmente, faziam parte do elenco directivo quadros oriundos da Legião Portuguesa ou com aproximação aos governantes de então. Após o 25 de Abril, e tal como o País, viveu a instabilidade do PREC e quase “caiu na rua”. Ano após ano as dificuldades foram surgindo, os êxitos começaram a ficar cada vez mais longe e os adeptos leoninos a verem os títulos a serem repartidos pelos principais rivais. Com o advento do século XXI, e mais uma vez com similaridades ao que aconteceu em Portugal nos anos pós-entrada na Comunidade Europeia, ganha novo folgo e um equilíbrio suportado num aparente desenvolvimento, financiado por terceiros, que conduzem à conquista de dois títulos nacionais de futebol. Mas a década não iria terminar sem que a crise económico-financeira, que se fez sentir a nível nacional, não visse reflexo no clube de Alvalade. Atingindo valores astronómicos de passivo, devido a ruinosas e megalómanas administrações, servidas por gestores encartados mas nada escrupulosos e com pouca propensão para a competência, o clube entrou em colapso economico e em recessão, em tudo comparável ao que acontece no País. Endividado às entidades bancárias, suportando juros elevados, exigidos pelos financiadores, dependendo da ajuda externa para fazer fase aos compromissos imediatos, com o espectro da falência ou bancarrota como pano de fundo e em período eleitoral originado, também, pelo abandono do presidente eleito, o clube e a Nação continuam em, preocupante, sintonia.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

JEB deu um traque e fugiu

Existe um ditado popular que diz: «Quem se vê e não se viu, deu um traque e fugiu». Ditado antigo, pretende retractar indivíduos com passado pouco afirmativo, não parcos em promessas quando em lugares de destaque mas, quando os abandonam, quase sempre apressadamente, pouco ou nada deixaram de válido e relevante.
Após derrota, em Alvalade, com o Paços de Ferreira por 3-2, mal sentiu a contestação por parte dos associados, na fase final do encontro, José Eduardo Bettencourt demitiu-se do cargo de presidente do Sporting.
Durou cerca de ano e meio o confrangedor mandato do primeiro presidente profissional do Sporting. Não cumpriu a sua missão e saiu pela “porta pequena”, deixando o lugar com pouca honra e ausência de glória.
Apostou em treinadores inexperientes e sem curriculum (Carvalhal e Paulo Sérgio) e em directores para o futebol, com idênticas características (Sá Pinto e Costinha).
Também contratou um punhado de jogadores, de capacidade duvidosa, em mercados caríssimos como o italiano, o espanhol e o inglês. Más compras, que levantaram legítimas dúvidas pelas avultadas verbas envolvidas e que nada conquistaram.
Por outro lado, protagonizou episódios de tensão, descabidos, com alguns sectores da massa associativa, ao ponto de chegar a ameaçar de expulsão sócios implicados em movimentos de contestação e que ajudou ao afastamento dos adeptos do estádio.
Se à lista de fracassos adicionarmos as vendas, a preço de saldo, de Miguel Veloso e João Moutinho, que originaram o incomodo criado pelas palavras de José Eduardo Bettencourt, naquela triste conferência de imprensa, classificando João Moutinho como uma maçã podre que contaminava todo o grupo obrigando-o, posteriormente, a cair em contradição ao definir Moutinho como um profissional extraordinário.
Recentemente viria a contratar José Couceiro, sem uma explicação clara sobre funções e objectivos que, com o recente abandono, mereceu apenas duas semanas de confiança presidencial.
Ao “bater a porta”, JEB para além de não cumprir o compromisso assumido com mais de 90% dos associados, coloca tudo na estaca zero, abrindo caminhos e opções ao clube de Alvalade para poder afastar uma “geração de notáveis gestores” que, com o argumento da sustentabilidade e do saneamento financeiro conduziram o clube a secundários lugares desportivos.