quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Seis ou meia dúzia?

Mais uma vez um resultado adverso, derrota com o Brasil por 6-2, veio confirmar a falta de aptidão do seleccionador para o lugar.
Como habitual, a culpa não morre solteira, e desta vez deve-se à “porcaria dos jogadores” que: «Se deslumbraram e sofreram golos patéticos».
De facto, defrontar a selecção do Brasil, recheada de centro-campistas de qualidade acima da média, e optar por colocar três “médios de transposição”, onde se notava a ausência de um médio com características defensivas (Tiago não é médio para se encostar aos centrais), não evidencia só falta de perspicácia no escalonamento da equipa mas também, que os tão apregoados “trabalhos de casa” não foram realizados.
Colocar na ala-esquerda um mal adaptado e pouco “jogado” Paulo Ferreira juntamente com um Ronaldo que apenas se preocupa em jogar do meio-campo para a frente, pouco se incomodando em dobrar os colegas, para defrontar dois jogadores rápidos e de potencial elevado (Maicon e Elanio) mostra ingenuidade e fracos conhecimentos técnicos.
Entrar em campo com Danny na posição de avançado-centro, futebolista que evoluiu a “olhos vistos” nos últimos tempos, é uma aberração, por muitos golos que o jogador do Zenit possa vir a marcar, uma vez que se trata de um futebolista, não muito dotado fisicamente, que prefere “pisar” os terrenos envolventes aos avançados.
Insistir, quando as “coisas” começam a não correr de feição, na colocação de Cristiano Ronaldo na posição de ponta-de-lança, por muitos “experts” que defendam esta tese, não traz nada de novo ao jogo, uma vez que o futebolista do Manchester United precisa de “espaço de manobra”, fazendo da velocidade uma das suas principais “armas”.
Depois de Scolari ter realizado uma renovação, a todos os títulos brilhante, tornando a selecção portuguesa, que esteve presente nas últimas fases finais dos europeus e mundial, mais competitiva que a “geração de ouro”, que a antecedeu, aparece mais um “projecto Queiroz” que, propagandeia a “construção” de uma nova selecção, com mentalidade ganhadora, mas que até ao momento só “acrescentou” Danny aos internacionais existentes.
Pelo “andar da carruagem” não se augura nada de bom para o futuro da selecção portuguesa que, provavelmente, começará a não estar presente nos “grandes palcos”, à imagem e semelhança daquilo que aconteceu em décadas não muito distantes.

1º Aniversário



Um ano passou desde a criação deste blogue.
Nascido da insistência de amigos que, conhecendo as minhas opiniões e convicções relativamente às ocorrências e factos futebolísticos, me estimularam e transmitiram a coragem necessária para difícil empreitada.
Sozinho na gestão do “portal”, limitado à temática futebolística e sabendo que um blogue “vive”, essencialmente, da oportunidade e da frequência com que é ”alimentado”, receei não poder cumprir o objectivo, previamente, definido: média de um “post” por semana. Felizmente os assuntos não têm faltado, mesmo só para um breve comentário (ex. futebolices), e a média de textos inicialmente estipulado foi largamente ultrapassada.
Sem publicitação e só com um grupo restrito de amigos a divulgá-lo, é com agrado que constato o aumento exponencialmente do número de visitantes, demonstrando que algum interesse tem despertado àqueles que o visitam, pela primeira vez.
Pessoalmente, o desafio para além de estimulante tem servido como um “escape” e um aliviar de afazeres profissionais, permitindo opinar e abordar os “temas do momento” evitando repetir ideias expressas em jornais e, muitas das vezes, “adivinhando” acontecimentos que, posteriormente, se confirmam. E como tudo fica registado, no blogue, não posso ser acusado de: “saber o resultado só no final do jogo”.
Gostaria de agradecer a todos os visitantes anónimos que têm tido paciência para me aturar, prometendo que as opiniões e os comentários continuarão a surgir com frontalidade, isenção e independência, mesmo abordando situações complexas, eventualmente, ocorridas no clube onde, com orgulho, sou quase cinquentenário.
Nota: Surpreende-me o facto de muito raramente “aparecerem” comentários aos textos publicados. Será que a concordância é generalizada ou só escrevo banalidades?
Cumprimentos desportivos do Luso
20 de Novembro de 2008

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O "portuga" Liedson

Muito se tem falado e escrito sobre a possibilidade de Liedson, após a naturalização e à semelhança do que aconteceu com Deco e Pepe, representar a selecção portuguesa de futebol.
Por muitas dificuldades que o seleccionador encontre no preenchimento da posição de avançado-centro, na “equipa de todos nós”, e sabendo-se da eventual concordância do representante máximo da FPF, o certo é que a convocação do brasileiro é um tema delicado e que encerra alguma controvérsia.
As semelhanças encontradas na naturalização e na subsequente utilização de Liedson na selecção com a convocação de Deco e Pepe não justificam, por si só, a chamada de mais um brasileiro para defender as cores nacionais. Só por desconhecimento se pode confundir o trajecto dos dois luso-brasileiros com o de Liedson. De facto, Deco e Pepe, para além de terem saído do Brasil ainda muito jovens, onde em clubes secundários já manifestavam ténues lampejos de talento, fizeram todo o percurso de aprendizagem profissional já em Portugal, ao serviço de clubes, também, de menor nomeada, como o Alverca, Salgueiros e, no caso de Pepe, no Marítimo B.
Citar a origem de Bosingwa e Makukula, nascidos no Congo, e de Nani em Cabo Verde, não parece correcto uma vez que vieram para Portugal ainda com tenra idade, tendo desenvolvido toda a sua formação nas camadas juvenis de clubes nacionais e, inclusive, iniciado o percurso internacional nas selecções mais jovens do nosso futebol.
Liedson, pelo contrário, chegou ao futebol português “já feito”, com palmarés relevante conquistado em alguns dos principais clubes brasileiros (ex.: Coritiba, Flamengo e Corinthians), só não tendo sido escolhido para representar o seu país de origem porque, na época, o ataque da “selecção canarinho” estava entregue a jogadores como Ronaldo, Ronaldinho, Adriano e outros tais.
Não sendo um jovem, Liedson para além de estar na fase descendente da sua brilhante carreira, completa 31 anos no corrente ano o que, em termos temporais, limita o possível “aproveitamento” como internacional português, não se deslumbrando um enquadramento técnico que compense o “investimento sentimental” e administrativo dos responsáveis federativos.
Por outro lado, a globalidade e a abertura dos mercados, que a todos atingem conduzindo a naturalizações indiscriminadas leva, a médio prazo, à descaracterização do futebol dos respectivos países e à consequente desmotivação dos adeptos e à perda de envolvimento, que uma representação nacional requer.
Longe vão os tempos (27-04-1960), onde assuntos do género não “mereciam” discussão e, a dupla de centrais leoninos constituída por Lúcio, nascido no Brasil mas filho de pais portugueses, e David Julius, sul-africano naturalizado português, se estrearam na selecção nacional, em Ludwigshagen, com uma derrota por 1-2, frente à República Federal da Alemanha.

sábado, 1 de novembro de 2008

Futebolices (IX)

«Podemos perder jogos, posso perder o lugar mas não mudo» – disse Paulo Bento.
Obstinado? Casmurro? Irracional? Obcecado? Insensato? Birrento? Alucinado? Teimoso?
Depois das palavras proferidas pelo técnico leonino, e em face da indiferença manifestada pelos administradores da SAD, o que pensarão os accionistas de tudo isto?