Se
só o querer, a raça, o empenho e a atitude ganhassem, por si só, competições,
taças e campeonatos, certamente que, bastaria a equipa técnica ser composta por
um preparador físico, para “dar músculo” e um psicólogo para “fazer a cabeça”
de cada futebolista e os êxitos fluiriam como que espontaneamente.
Se
acrescentarmos a todas estas componentes, fundamentais na concepção e dinâmica
de uma equipa, a “conquista do balneário” e o apoio dos adeptos, então estamos
na presença do “efeito Sá Pinto”, fastidiosamente, elogiado como o introdutor
daqueles atributos na filosofia de jogo do Sporting.
De
facto, se somente aqueles predicados fossem suficiente para garantir o sucesso
de uma “team” de futebol, muitas equipas haveria que, na terceira divisão, nos
distritais ou na disputa da Taça Inatel, venceriam todos os fins-de-semana.
Numa
equipa técnica tem que existir uma competência mínima, evidenciada na escolha
dos jogadores em melhor forma, na melhor táctica a adoptar, na mais eficiente estratégia
e na sagacidade das substituições a efectuar. Se tal não se verificar, a vontade,
ambição, determinação e exigência acabarão por se diluir, mais dia, menos dia.
Com
a comunicação social a seu lado e os “adeptos profissionais” na mão, Sá Pinto
regressou ao Sporting numa altura em que no clube, exceptuando a final da Taça
de Portugal, pouca ambição existia, depois da equipa leonina ter sido eliminado
da Taça da Liga e arredada da disputa dos lugares cimeiros da principal Liga. Sá
Pinto desfrutou, assim, da tranquilidade necessária e suficiente para fazer um
brilharete na Liga Europa. Contudo, em dez jogos disputados, fora de casa, foi
derrotado por seis vezes.
Poucos
admitem que, grande parte dos resultados positivos alcançados se deve às
ausências, por lesão, de Onyewu (fisicamente forte, mas lento e sem
posicionamento) e de Matias Fernandez (evidencia técnica inversamente
proporcional ao poder físico e lentidão em demasia), e ao regressado Izmailov (futebolista
de elevada capacidade competitiva) bem como, à categoria patenteada, nos
“grandes jogos”, pelo injustiçado Anderson Polga que, com Xandão, formou dupla
eficaz.
Lamentável
a abordagem de Sá Pinto, agastado com as declarações de Adrien, antes da final
do Jamor, depois do jogador, emprestado pelo Sporting, ter manifestado a
vontade de conquistar o troféu, contrariando o “blackout” (mais um “faits divers”
leonino) instituído pelo clube que lhe paga o ordenado.
Quando
os resultados não aparecem, o verniz estala e as atitudes intempestivas,
inoportunas e até agressivas começam a surgir. Refrear os ímpetos, cada vez vai
ser mais difícil e, progressivamente, os comentários e as críticas às
arbitragens vão suceder.
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