quinta-feira, 2 de abril de 2009

Jogo Relâmpago


O aproximar da 23 ª jornada da Liga Sagres e de mais um encontro entre o Sporting e o Leixões, trouxe-me à memória recordações longínquas e alguns sentimentos de desconforto vividos, na década de 70 no velho Estádio de Alvalade, onde apaixonados adeptos, mas pouco pacientes, e com dedicação excessiva ao seu clube transformaram uma solarenga tarde outonal de futebol, num espectáculo pouco digno e difícil de esquecer.
Tudo aconteceu no dia 29 de Outubro de 1972.
O Sporting recebia, para a oitava jornada do Nacional o Leixões e, como habitual, muito antes do jogo começar já me encontrava instalado, na bancada central, no lugar cativo a que tinha direito. Só que, o jogo começou e durou apenas cinco minutos, devido a invasão de campo por parte dos adeptos leoninos, muitíssimo revoltados com o árbitro.
Por vezes e por muito que se defenda a idoneidade e a estatura moral dos homens do apito, verificam-se situações difíceis de entender. Em cinco minutos de jogo, o Sr. Carlos Lopes, de Coimbra, já tinha perdoado uma grande penalidade ao Leixões, tinha mandado repetir um penalty duvidoso contra o Sporting, que Damas havia defendido, e convertido bolas pontapeadas por defensores leixonenses, pela linha de fundo, em pontapés de baliza.
Revoltados, os adeptos leoninos invadem o campo, o árbitro é agredido e o jogo interrompido.
A FPF acabaria por averbar a vitória leixonense por 1-0, resultado que se verificava na altura, e interditaria o Estádio de Alvalade por nove jogos.
Só eu sei a desilusão e desconsolo que senti, ao abandonar o estádio, depois do jogo mais curto que presenciei.

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