sábado, 2 de maio de 2009

O Símbolo da "Briosa"

Em dia de mais um encontro, em Coimbra, entre a Académica e o Sporting, é curioso recordar que o emblema da Académica, conforme hoje existe, deve-se ao Sporting.
A Académica começou a disputar as primeiras provas nacionais no princípio do século passado, de equipamento preto, sem emblema e com os adeptos a erguerem como bandeira a capa académica. Tal facto originou a necessidade de se definir um emblema, para o clube representativo dos estudantes. Primeiro apareceu um pequeno rectângulo com figuras a preto-e-branco e a expressão latina: «Mens sana in corpore sano». Depois, nova tentativa, com uma Cruz de Cristo e com um escudo esquartejado onde se inseriam as insígnias das várias Faculdades da Universidade. A terceira tentativa foi a mais fugaz, durou apenas noventa minutos. A duração do jogo de futebol, frente ao Sporting. E foi por causa do resultado desse jogo que apareceu o actual emblema.
A iniciativa pertenceu à equipa de futebol de 1927 que decidiu avançar para um emblema de cariz definitivo. A ideia era simples: as três letras iniciais da Associação Académica de Coimbra – AAC, em formato arredondado, bordadas nas camisolas.
Com estreia agendada para o encontro com o Sporting, o emblema apareceu do esforço de uma simpática senhora, que em fatigante tarefa trabalhou dia e noite para que os jogadores tivessem, a tempo, nas suas camisolas o novo símbolo bordado.
Contudo, Armando Sampaio o então guarda-redes da Académica, mais tarde seleccionador nacional, esteve em dia pouco feliz e a Académica foi, copiosamente, derrotada pelo Sporting. Mas, curiosamente, a culpa foi atribuída ao emblema bordado, com as tais três letras arredondadas, que por isso, foi arrancado das camisolas.
Após a goleada leonina, foi o próprio Armando Sampaio que pediu a Fernando Pimentel para desenhar um novo emblema para Briosa. Fernando Pimentel, então estudante de Medicina, desenhou, em poucos dias, com total liberdade criativa, o símbolo da Académica que ainda vigora, com as letras AAC e com a Torre da Universidade dentro de um losango a preto-e-branco. O emblema das três letras bordadas, vitimado pelos golos sofridos, foi para o rol do esquecimento.

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