sábado, 25 de julho de 2009

Caras novas na Luz

Era espectável que as aquisições benfiquistas incidissem em futebolistas cujas características se encaixassem, na perfeição, na "táctica do losango", tão apreciada pelo treinador Jorge Jesus e que tão bons resultados têm proporcionado aos clubes por onde o técnico tem passado.

Shaffer: A vinda deste lateral-esquerdo pouco tem a ver com a táctica a utilizar, no futuro, mas tão-somente com a finalidade de colmatar uma lacuna existente no plantel, desde a época passada, que levou à adaptação de David Luiz aquela posição.
As primeiras impressões deixadas pelo argentino têm sido positivas. Parece ser um jogador raçudo que sobe bem pelo seu flanco e que centra com precisão e a propósito. Tem todas as condições para ser titular e relegar Sepsi para o banco.

Ramires: Confesso que não fiquei muito bem impressionado com o seu desempenho na Taça das Confederações. Embora o brasileiro veja no Benfica o trampolim para a Europa do futebol, muito terá de justificar para merecer uma pretensa proposta de um clube europeu de nomeada. Frágil fisicamente, vai sentir algumas dificuldades de adaptação ao futebol que por cá se joga. Por outro lado, chega cansado e com muitos jogos nas pernas, nada benéfico para a sua afirmação. Presentemente poderá ser considerado um “reforço com reservas”, embora se adapte na perfeição ao vértice direito do “losango”.

Patric: Será uma opção para o lado direito da defesa, mas nunca um concorrente directo a Maxi Pereira que, presentemente, já evidencia um bom momento de forma. De facto, o brasileiro nos poucos minutos que tem jogado pouco tem provado e dificilmente será primeira escolha para Jesus que, preferencialmente, poderá utilizar como recurso Ruben Amorim a lateral.

Saviola: Este argentino conseguiu chegar aos 27 anos sem se impor, categoricamente, num clube de nomeada do futebol europeu. E as oportunidades não lhe faltaram.
Bom tecnicamente, mas com carências ao nível físico para jogar junto dos centrais adversários, denota também alguma falta de velocidade para as funções a desempenhar no último terço do campo. Provavelmente, será uma boa opção para nº 10, quando o seu compatriota Aimar começar a sentir o desgaste dos jogos e o “peso” das lesões.

Weldon: Futebolista sobejamente conhecido do treinador, do tempo em que estiveram juntos em Belém, é um jogador de forte compleição física e que, com a velocidade que possui, pode criar dissabores nas defesas contrárias. Jogador nitidamente de contra-ataque, a táctica escolhida e o seu poder deambulante facilitarão a sua inclusão, de forma regular, no ataque encarnado podendo vir a ser uma opção válida para os lugares de Saviola e Cardozo.

Javi Garcia: Este ex-merengue só entrou no plantel encarnado devido à fraca consistência exibicional e ao diminuto poder de adaptação, ao vértice mais recuado do “losango”, evidenciados por Yebda e Ruben Amorim, nos jogos de preparação já disputados. Com a saída de Katsouranis o quadro de futebolistas, ao dispor de Jorge Jesus, não contemplava um jogador que desse as garantias necessárias ao técnico para o lugar. Pretende-se um futebolista com elevado poder de marcação, disponível para as compensações defensivas e sempre que se justifique apoie os homens da frente. O chamado médio “box to box”. Oxalá o madrileño não venha a desiludir, como aconteceu com o seu ex-colega Balboa, também oriundo do Real Madrid, e de percurso idêntico.

Fábio Coentrão: Esquerdino nato possuí, tal como Di Maria, as características de extremo à antiga, pronto para jogar colado à linha lateral e proporcionar jogadas de linha-de-fundo que, normalmente, são meio-golo. Com o “losango” como táctica preferencial, se quiser jogar com assiduidade terá, tal como o argentino, de pisar terrenos mais interiores do campo, à semelhança do que aconteceu com César Peixoto, na época passada no Sp. Braga.

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