terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Francamente, Dr. Franco!


Em recente entrevista concedida ao jornal “Record” e num pretenso balanço de 2007, o Dr. Filipe Soares Franco não conseguindo fugir às habituais banalidades, que “caem” sempre bem no “ego” dos adeptos leoninos, fez algumas afirmações curiosas.
Para além do manifesto desprezo pelos “bloguistas”, o presidente do Sporting também confundiu os bilhetes concedidos, pelo clube, às claques com os “bilhetes de claque” que existiam nas antigas revistas do Parque Meyer.
No Capitólio, no Variedades ou no Maria Vitória, os “bilhetes de claque” vinham sempre associados a alguns “cobres” que “obrigavam” os indivíduos contratados, para o efeito, a “puxar” pelos espectadores levando-os a aplaudir em alturas estrategicamente definidas, mesmo que o actor se tivesse esquecido do “papel” ou a revista não fosse do agrado dos presentes.
Nas claques dos clubes, para além dos “grupos de pressão”, onde o presidente leonino se refugia para justificar as faltas de compostura de alguns dos seus elementos, existem também paixão, entusiasmo, dedicação, orgulho e calor clubista, independentemente de a forma como, algumas vezes, se manifestam não ser a mais adequada.
Oferecer bilhetes a associados leoninos e depois exigir em troca que se comportem como indivíduos “comprados” como nos “lugares de claque”, de um qualquer espectáculo teatral é, no mínimo, menosprezo pelos adeptos e simpatizantes.
De facto, para além da fidelidade, os associados devem possuir um sentido critico que, obviamente, será manifestado em assembleias, ou na falta destas, e como recurso nos espectáculos realizados, quando os actores (jogadores) e/ou encenador (treinador) não desempenhem o papel a contento, com entrega, rigor e competência. Pensar que, um simples bilhete ou pouco mais, “compra” a postura e o apoio, retraindo a fé clubista, é pura ingenuidade.
Mas o Dr. Franco, não se fica por aqui e vai ao ponto de considerar o clube da Luz “maior e melhor” que o Sporting. Nada que não se esperasse de um presidente (?) que só começou a “sentir o clube” quando abandonou a Linha de Cascais, e se instalou com a sede das suas empresas no 6º andar do edifício Visconde de Alvalade juntando, assim, o útil ao agradável.
Mais caricato, ainda, é saber-se que vive num agregado familiar manifestamente benfiquista, incluindo os filhos e a esposa, não possuindo o empenho e o poder de persuasão necessários para alterar a situação. Provavelmente, o nome do seu adorado cachorro é: Benfica.

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