quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Paredes, o proscrito


Carlos Humberto Paredes Monges, médio defensivo, internacional paraguaio, jogou no Sporting aproximadamente dezoito meses. Após quatro anos no futebol italiano, ao serviço da Reggina, foi apresentado como “reforço de peso”, contudo o sul-americano nunca conseguiria impor-se como titular indiscutível, na equipa de Alvalade. Bastante atreito a lesões e com frequentes e demoradas deslocações ao seu País, apenas actuou em 1004 minutos, com a camisola leonina. Jogador de elevado potencial físico/técnico, não foi feliz no seu regresso ao futebol português devido, em grande parte, à concepção de jogo e à táctica escolhida por Paulo Bento. Contratado como médio para jogar no vértice defensivo do “losango”, depressa é arredado para segundo plano, devido ao “lançamento” e afirmação de Miguel Veloso, que ganha a titularidade, com todo o mérito. De facto, a “táctica do losango” condicionou, sobremaneira, a utilização de Carlos Paredes, uma vez que esta apenas permite a presença de um “trinco”, no quarteto da linha média. Com as características que possuiu e com outras opções tácticas, certamente, o paraguaio teria sido companheiro de Veloso e Moutinho, num “tridente” centro-campista e, provavelmente, não teria abandonado o Sporting, prematuramente e pela “porta pequena”, como veio a acontecer. Mais uma vez se confirma que, o modelo de jogo e as opções técnicas condicionam o rendimento dos futebolistas, ao ponto de lhes cercearem a confirmação do potencial ou, pior ainda, o desenvolvimento e a progressão futebolística de jovens promessas. No Sporting actual, e atendendo à doentia insistência na escolha do “losango”, constata-se que futebolistas como Liedson, João Moutinho e Izmailov estão muitos “furos” aquém daquilo que podem e devem render, impossibilitando a equipa de atingir posições cimeiras, mais consentâneas com as suas aspirações. Mas é o “Ferguson de Alvalade” que sabe da poda.

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