domingo, 6 de janeiro de 2008

Os prováveis para o Euro 2008


Aproximadamente, a seis meses do arranque do Euro 2008, fazer uma antevisão sobre os possíveis convocados para a Suiça é um exercício, mais aliciante que arriscado. Assim temos:

Guarda-redes:
Quem conhece, minimamente, os critérios de escolha de Luiz Felipe Scolari, sabe perfeitamente que Ricardo e Quim estão “de pedra e cal”, na selecção. O terceiro guarda-redes sairá, provavelmente, do duo constituído por Paulo Santos e Rui Patrício. Se Scolari optar por um “keeper” experiente, o guardião do Sp. Braga será o escolhido, se o guardião leonino conseguir manter a titularidade na baliza do seu clube, o seleccionador dará, certamente, uma oportunidade e contacto internacional à jovem promessa.

Defesa-direito:
Para o lado direito da defesa existem pelo menos três futebolistas com valor e capacidade para desempenhar o lugar com igual eficácia. Bastará a Bosingwa conservar a sua forma actual, para ser o titular indiscutível do lado direito. O suplente que se perfila com mais condições para o substituir é sem dúvida Miguel, jogador rápido e de idêntico poder ofensivo. Paulo Ferreira se seleccionado, “arrisca-se” a passar para o outro lado da defesa.

Defesa-central:
No eixo da defensiva, Portugal possui futebolistas de eleição. Pepe e Ricardo Carvalho deverão, presentemente, constituir a melhor dupla de centrais da Europa. Para esta posição poderemos contar, ainda, com a raça de Bruno Alves, a disponibilidade táctica de Fernando Meira e o poder de concentração de Caneira.

Defesa-esquerdo:
Uma das lacunas do futebol nacional é sem dúvida a inexistência de esquerdinos, para a posição de lateral. De facto, as soluções, ultimamente, improvisadas na selecção nacional não têm conseguido convencer, minimamente. O rigor e empenho de Caneira não têm sido suficientes para disfarçar uma adaptação forçada ao lado esquerdo. O mesmo sucede, em parte, com Paulo Ferreira evidenciando, este, um maior pendor ofensivo. Se Jorge Ribeiro continuar com os níveis exibicionais até agora demonstrados, terá “uma palavra a dizer”.

Médio-defensivo:
Na posição de trinco, ou médio defensivo, Portugal encontra-se bem servido. Petit e Miguel Veloso dão garantia de atitude, concentração e qualidade competitiva, complementadas com um inegável poder de choque. Raul Meireles também desempenha esta função com eficácia. Atenção que, Miguel Veloso poderá ser solução para o problema existente (ausência de “canhotos”) na esquerda defensiva.

Médio-centro:
No desempenho das tarefas de ligação entre a defesa e o ataque, a selecção dispõe de um Maniche com maturidade, experiência e de remate fácil, de meia-distância. Em forma, será titular. Como suplente o seleccionador poderá contar com João Moutinho que, devido às suas funções na equipa leonina, chegará ao Euro bastante desgastado, ou com o portista Raul Meireles que será uma opção de “primeira linha”.

Médio-atacante:
Na posição de nº10, a situação não é muito favorável, uma vez que Deco, ainda não assumiu, na plenitude, a condução do jogo da selecção. Para além de Deco existem, ainda, Hugo Viana e Tiago. O primeiro depois de uma grave lesão, não atingiu, até ao momento, ao serviço do Osasuna, um “patamar exibicional” convincente. O segundo, embora com défice de jogos na Juventus e sem se conseguir impor, categoricamente, na selecção tem sido quase sempre um futebolista das primeiras escolhas de Scolari. Talvez a grande surpresa possa vir de Huelva, se Carlos Martins confirmar a progressão há muito esperada.

Flanquedor:
Nesta posição encontram-se os reis do improviso, da técnica de execução e da finalização, sendo, por este motivo, os futebolistas mais temidos pelos adversários.
Portugal, actualmente, dá-se ao luxo de dispor, para duas posições de quatro futebolistas de eleição. Nenhum esquerdino é certo, mas todos com um potencial fora do comum. É notável uma selecção poder juntar jogadores como Cristiano Ronaldo, Ricardo Quaresma, Nani e Simão que provocam desequilíbrios e espalham o pânico junto das balizas adversárias. Remotamente, Duda poderá ser alternativa ao posto de Simão, se as “fricções” entre o “madrileño” e o seleccionador se agravarem.

Avançado-centro:
Depois do abandono, por parte de Pauleta, a selecção não mais encontrou um avançado-centro “matador”, com presença na área e mortífero, quanto baste. Nuno Gomes atravessa a pior fase da sua carreira, uma vez que os golos não aparecem, quer no seu clube quer na selecção nacional. Hugo Almeida, com alguma “rodagem” do futebol alemão, poderá ser uma boa alternativa. É um futebolista com presença física na área, mas um pouco limitado tecnicamente, com a agravante de utilizar, preferencialmente, o pé esquerdo, o que na “zona de explosão” dificulta um pouco a sua acção. Com poucos minutos contabilizados, na Liga portuguesa, Hélder Postiga não será uma “peça” a descartar, bem como o poderoso Makukula, embora com algumas limitações de ordem tecnica.

Seguindo a lógica de raciocínio desenvolvida e conhecendo o historial dos critérios do seleccionador, se não surgir uma surpresa ou alguma lesão inesperada, os 23 mais prováveis que se juntarão em Junho, em Neuchatel, serão: Ricardo, Quim e Rui Patrício. Bosingwa, Miguel, Paulo Ferreira e Caneira. Pepe, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Fernando Meira. Petit, Miguel Veloso, Maniche e Raul Meireles. Deco e Tiago. Cristiano Ronaldo, Quaresma, Nani e Simão. Nuno Gomes e Hugo Almeida.

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