sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

"Outsiders"


No futebol português jogar para a segunda posição da tabela classificativa compensa, e os dois grandes rivais de Lisboa sabem-no bem.
Ao quedarem-se, sistematicamente, em posições secundárias na principal Liga portuguesa, o futebol do Sporting e do Benfica, manifesta um conformismo e uma dramática falta de ambição competitiva, relativamente ao potencial técnico exibido pelo FC Porto, só justificável pela possibilidade do segundo classificado da Liga Bwin, ter acesso directo à Liga dos Campeões, assegurando “à cabeça” o embolsar de centenas de milhares de euros.
Ao jogar para uma posição subalterna, os “grandes da capital”, estão a desvirtuar o objectivo que, certamente, presidiu à sua fundação, nomeadamente, o desejo de vencer, o prazer da conquista de títulos e troféus e, logicamente, o enriquecimento dos respectivos palmarés.
Embora se louve a “politica de formação” seguida pelo Sporting, lamenta-se, contudo, a insensatez de colocar, precocemente, no mercado jovens futebolistas com elevada margem de progressão, com o objectivo de conseguir “dinheiro rápido”. A saída prematura das jovens promessas, teoricamente, preenchida com a chegada de amálgamas de futebolistas “a custo zero”, conduz ao enfraquecimento do plantel e ao afastamento da discussão dos lugares cimeiros das competições, onde se encontra envolvido. Por outro lado, a obsessão patenteada na amortização, “a todo o custo”, do passivo através da venda desenfreada dos “activos”, é mais uma prova da incapacidade revelada pelas actuais administrações, muito preocupadas com o encaixe financeiro e com a alienação de património, mas descurando as conquistas desportivas, tão do agrado de adeptos e simpatizantes.
O FC Porto, presentemente, pertencente a “outro campeonato”. Com planteis equilibrados e competitivos, cuja principal estratégia é vencer e não vender, contrasta com os seus “principais adversários” que, se limitam a manter, entre si, uma acesa luta pelo segundo posto das provas que disputam. Este acomodar será, eventualmente, abandonado quando, somente o primeiro classificado da Liga Bwin tiver “entrada directa” na milionária Champions League, obrigando os dois clubes da Segunda Circular a exibirem outra atitude competitiva e maior rigor na escolha das “aquisições” que, forçosamente, conduzirão a jogos mais disputados e agradáveis de assistir.

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