segunda-feira, 24 de março de 2008

Eduardo "mãos de tesoura"



Os simpatizantes leoninos podem concordar ou não mas, o certo é que, o Sporting ao perder a final da Taça da Liga deixou escapar a grande oportunidade, da temporada, de conquistar um título.
Não gozando a Taça, em disputa, do estatuto e da importância que, demagogicamente, Paulo Bento lhe quis atribuir comparando-a com a Liga dos Campeões, tratava-se, no entanto, da primeira edição, contendo, por este motivo, um inegável cunho simbólico a não desprezar.
O Vitória setubalense, equipa de “jogadores emprestados”, com um orçamento diminuto e que no mercado de Janeiro perdeu dois dos principais obreiros da excelente época que vem realizando (Edinho e Matheus), mostrou, no Estádio do Algarve, ser uma equipa “arrumada” com um tipo de jogo bem definido, onde cada jogador sabe na perfeição o papel a desempenhar.
O Sporting só se pode queixar de si próprio, uma vez que o futebol de baixo nível, a que nos vem habituando, não conseguiu contrariar a forte segurança táctica dos sadinos nem criar oportunidades de golo que justificassem a conquista do troféu.
Para “ajudar à festa”, terminado o tempo regulamentar, “apareceu” o herói da noite.
Quem acompanhou e esteve atento às imagens televisivas, que antecederam o desempate por grandes-penalidades, pôde observar a calma, a crença e a confiança, patenteadas pelo guarda-redes sadino. Quando Conhé, técnico dos guarda-redes do Vitória, se abeirou de forma efusiva e extremamente emotiva do guardião Eduardo, tentando incutir-lhe atitude e coragem para encarar o difícil momento que se avizinhava, foi o próprio “keeper” que, numa impressionante manifestação de carinho e admiração, apertou entre as suas mãos o rosto do técnico, pedindo-lhe, mais que uma vez, calma, pois ele iria fazer tudo para conseguir os objectivos a que todos se tinham proposto. Depois, abandonou tranquilamente o local e dirigiu-se para o relvado, onde finalizou os exercícios de alongamento. O resultado é conhecido. Três defesas, em cinco remates.
Para além da inépcia demonstrada na marcação das grandes-penalidades, por parte dos futebolistas leoninos, a capacidade, a autoconfiança e o carácter evidenciados por Eduardo justificam, por si só, a conquista do troféu e uma, eventual, chamada à selecção nacional.
Quem parece, também, continuar na “maior” é “Paulo Bento e sus muchachos”. Com um discurso nada convincente, denunciando um conformismo alarmante, após os resultados desfavoráveis que a equipa vai acumulando, o técnico vai tentando justificar o injustificável, com o total beneplácito da SAD leonina. Cuidado, sportinguistas, que o distanciamento entre a equipa técnica e os futebolistas é por demais evidente e, com Paulo Bento como “líder técnico”, o Sporting será uma equipa sem futuro.
Uma palavra de apreço para a exibição de Rui Patrício. O jovem guarda-redes esteve muito concentrado e seguro, denotando uma certa apetência para a defesa das grandes-penalidades.

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