domingo, 6 de abril de 2008

O "Rei", embaixador


Nascido no bairro da Mafalala, em Lourenço Marques, Eusébio foi sem dúvida, como jogador, a maior referência do Benfica e do futebol português, com direito a figurar entre os maiores futebolistas de todos os tempos.
Campeão nacional em onze ocasiões, venceu cinco Taças de Portugal e uma Taça dos Campeões Europeus, para além da brilhante campanha realizada na fase final do Mundial de 1966, em Inglaterra, onde se consagrou como o melhor marcador.
O pantera negra marcou 473 golos ao serviço do Benfica e 41 golos quando vestiu a camisola da selecção nacional, por 64 vezes.
O tempo foi passando e, presentemente, o “king” para além de ser um acompanhante, permanente, da actividade do futebol benfiquista é também o embaixador da Selecção Nacional.
Hoje em dia, e talvez esteja aí uma das causas da difícil situação socio-económica que atravessamos, os lugares de relevância político-administrativa, são preenchidos por “amigos” ou “conhecidos” e, raras vezes por indivíduos que possuem competência e evidenciam as qualidades necessárias para o lugar. A sociedade portuguesa é fértil em incongruências, não sendo invulgar presenciarmos casos de “esbeltos modelos” no “papel de actores”, de actores a assumir carreira de “cantores”, de cantores que “viram” políticos ou de “gestores” que não vão além da escolaridade obrigatória. Tudo muito estranho. Muito estranho.
De facto, o “Principio de Peter” é completamente ignorado em Portugal, e alguns indivíduos fazendo “triste figura”, não se apercebem do ridículo da “imagem” que vão construindo.
As pessoas merecem respeito. Não as obriguem a desempenhar funções para as quais não estão, minimamente, vocacionadas nem mostram o mínimo de aptidão para o que lhes é requerido.
O meio século, que Eusébio já passou entre nós, não lhe deu paciência para “aturar” todos aqueles que, nos eventos para os quais é convidado, tentam aproximar-se da “vedeta”. No entanto, dá-lhe toda a legitimidade para se pronunciar acerca dos muitos golos que marcou, mas bem menos para subavaliar as qualidades de Cristiano Ronaldo relativamente às do brasileiro Kaká.

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