segunda-feira, 12 de maio de 2008

Rescaldo 2007/2008


V. GUIMARÃES (3º): Regressado da Liga Vitalis o Vitória de Guimarães fez uma campanha brilhante, lutando até à última jornada pelo segundo posto e o acesso à Liga Milionária. Orientada por um técnico experiente e arguto e beneficiando da boa forma evidenciada pelo triângulo constituído pelo Geromel, Sereno e Flávio Meireles, a equipa vimaranense assentou grande parte do seu futebol na técnica e rapidez de Ghilas e no “omnipresente” Desmarets. Sabendo-se que, Mrdakovic e Roberto não evidenciaram qualidade suficiente para jogar na I Liga, até onde teria ido este Vitória se tivesse tido à sua disposição um ponta-de-lança eficaz?

BENFICA (4º): Com Chalana, no comando técnico do Benfica, a equipa regressou ao fracassado “losango”, já experimentado por Fernando Santos, e a uma estratégia (existiu?) pouco consistente.
Denotando uma falta de ambição confrangedora, com os futebolistas que pretendem abandonar o clube a não “meter o pé” e os restantes a não evidenciarem qualidade suficiente para representar um candidato ao título, o Benfica “fez” uma das piores épocas de sempre.
Numa temporada para esquecer, e onde só a águia Vitória mostrou constância exibicional, a categoria de C. Rodriguez, a “souplesse” de Rui Costa e a sobriedade de Quim conseguiram atenuar a deficiente qualidade de um plantel onde poucos mereceram envergar a camisola do “glorioso”.

MARITIMO (5º): Ao desmembramento do plantel da época transacta, fruto do abandono dos elementos que constituíam o “núcleo duro” da equipa, os dirigentes do Marítimo responderam, sabiamente, com a contratação de um técnico experiente com provas dadas, inclusive na selecção brasileira, para reformular a equipa e “atacar” uma campanha, que se previa penosa.
Apesar de, a meio da época, ter perdido a referência na área adversária (Makukula), a competência e a capacidade de liderança de Sebastião Lazaroni apoiadas na experiência e qualidade de jogadores como Marcos, Bruno, Van Der Linden e Mossoró, acabariam por colocar, inesperadamente, o Marítimo na Taça UEFA.

V. SETÚBAL (6º): Banhada pelo Sado, Setúbal é uma cidade onde as suas gentes, sempre que necessário, são o suporte sentimental do prestigiado Vitória. Mais uma vez isso aconteceu, e uma equipa com orçamento limitado, com dificuldades de tesouraria e onde grande parte dos futebolistas representaram o clube, na qualidade de emprestados, conseguiu ser a surpresa agradável do campeonato. Unidos em torno de um técnico que soube transmitir a mística suficiente para ir ultrapassando os obstáculos que iam surgindo, futebolistas como Eduardo, Matheus e Cláudio “Pitbull” não esquecerão tão depressa uma temporada onde, para além do merecido apuramento para a Taça UEFA conseguiram sair vencedores da primeira Taça da Liga.

SP. BRAGA (7º): Uma das grandes desilusões da Liga BWIN. Com um plantel reforçadíssimo, iniciou o campeonato com fundadas esperanças numa campanha de luta pelo apuramento para as provas europeias. Contudo, ao longo da época, as duas “chicotadas psicológicas” não surtiram o efeito desejado e as lesões em “jogadores-chave”, fizeram” o resto.
Num plantel recheado de elementos valorosos, poucos foram os futebolistas que se evidenciaram. De facto, só alguns elementos da defensiva, nomeadamente, João Pereira e o chileno Contreras ultrapassaram o escalão da mediania e, mesmo o goleador austríaco Linz, esteve bastantes “furos” aquém daquilo que se esperava.

BELENENSES (8º): A equipa de Belém foi a imagem do seu técnico. Disciplinada e competitiva, assentou o seu futebol, quase sempre, num meio-campo povoado, com os jogadores a jogarem muito próximo uns dos outros. Vocacionada para a exploração do contra-ataque e dispondo de futebolistas tecnicistas, a equipa adoptou uma estratégia de contenção tentando explorar a velocidade e o poder de choque de Weldon, para chegar às redes contrárias. Futebolistas como Júlio César, Rolando, Silas, José Pedro e o “artilheiro” Weldon podem aspirar a outras consagrações.

BOAVISTA (9º): Com o estigma dos salários em atraso a pairar sobre os jogadores axadrezados, só o “espírito guerreiro” de Jaime Pacheco ajudado pelo desempenho de jogadores como Jorge Ribeiro, do guardião Peter Jehe, e dos dois defesas-centrais, conseguiu disfarçar a instabilidade e as fragilidades evidenciadas por um plantel construído “ao Deus dará”. O abandono da família Loureiro, a chegada de uma direcção inexperiente, o assalto a que foi sujeito por indivíduos sem escrúpulos, provocaram uma crise directiva irreversível que “atirou” o clube do Bessa para uma posição indesejada e de futuro incerto.

NACIONAL (10º): Técnico inexperiente, Jokanovic não conseguiu transmitir à equipa a estabilidade emocional e competitiva de outras épocas. De facto, só na fase final da Liga a equipa do Nacional se conseguiu libertar do espectro da descida de divisão. Na fuga aos lugares de risco apoiou-se, principalmente, no talento de Juliano Spadacio, na qualidade do “keeper” reservista Rafael Bracalli e na eficácia de Fábio Coentrão.

NAVAL (11º): Uma época que começou em sobressalto, fruto de resultados pouco animadores, terminou de forma tranquila numa posição consolidada, entre os maiores do futebol português. A entrada de Ulisses Morais concedeu à equipa a disciplina e ambição necessárias, e a aquisição de Marinho, no mercado de Inverno, veio dar o irrequietismo que necessitava para discutir os resultados, com os adversários directos.

ACADÉMICA (12º): Mais uma época de incerteza e aflição. Quase sempre com o “credo na boca”, a equipa dos estudantes só conseguiu a manutenção já na fase final da temporada. O técnico Domingos Paciência, ao alterar com frequência a constituição da equipa, pouco contribuiu para a estabilidade do grupo de trabalho, onde apenas o veterano Pedro Roma e Luís Aguiar se mantiveram à altura dos pergaminhos da “Briosa”.

E. AMADORA (13º): Dauto Faquirá soube fazer a gestão e conduzir de forma equilibrada um plantel, de parcos recursos e onde o pesadelo dos salários por pagar esteve sempre presente. Equipa de baixo nível técnico, manteve-se, ao longo da temporada, homogénea e estável tendo sobressaído a experiência de Nelson, Maurício e Wagnão.

LEIXÕES (14º): Clube oriundo da II Liga, o baixo poder financeiro limitou a aposta em reforços mais credenciados. Talvez por este facto, “viveu” uma temporada futebolística de altos e baixos, sempre com a perspectiva de regressar ao escalão secundário. Só na última jornada conseguiu respirar fundo. A permanência entre os “grandes” do futebol português ficou muito a dever ao esforço de Jorge Gonçalves, Paulo Machado e, principalmente, das virtudes patenteadas pelo guarda-redes Beto.

PAÇOS DE FERREIRA (15º): Desta vez José Mota não conseguiu “fazer omoletas sem ovos”. Dispondo de um grupo de futebolistas com reduzidas capacidades técnicas e qualitativamente muito abaixo dos planteis que dispôs, em anteriores épocas, só o “apito final” poderá evitar a descida de divisão. Os jogadores que se evidenciaram foram os “suspeitos do costume”, nomeadamente, Peçanha, Edson, Pedrinha, Cristiano e o regressado Wesley.

UNIÃO DE LEIRIA (16º): A “morte” vinha sendo anunciada há algumas épocas. Com uma direcção, prepotente, que pouco aprendeu nas temporadas que passou na primeira Liga, sem evidenciar o mínimo de sensibilidade para lidar com os “problemas” do futebol, o destino há muito que se encontrava traçado. Os casos disciplinares que foram acontecendo, ao longo da temporada, e a dispensa de João Paulo, seu principal goleador, só vieram acelerar uma crise latente. Futebolistas como Fernando, Harison e Sougou não mereciam este desfecho, e por certo que outros “voos” os esperam.

As características e desempenho dos futebolistas que formaram os planteis do Sporting (2º) e do FC Porto (1º) foram, devidamente, escalpelizados nos “post” publicados, respectivamente, em 3 de Fevereiro e 9 de Abril, p.p.

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