quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O Dr. Distraído

Em entrevista recente, concedida a um conhecido jornal desportivo o Dr. Soares Franco, presidente do Sporting Clube de Portugal, classifica o distanciamento entre os adeptos leoninos e o clube como uma crise de militância.
A decrescente presença de público em Alvalade, ano após ano, é atribuída a uma “falha de ligação emocional” dos simpatizantes ao clube, não tendo ainda o Sr. Dr. descoberto a formula de fazer crescer a família sportinguista.
De facto, não é apontando como resultados positivos a vitória no Torneio do Guadiana, a Supertaça e a presença na Champions, e minimizando as recentes derrotas com os principais rivais, Benfica e FC Porto para a Liga Sagres, que se atrai mais adeptos ao clube.
O afastamento a que está condenado o simples simpatizante relativamente aos craques, fechados “a sete chaves” na Academia, também não ajuda a juntar os sócios do clube verde branco.
Os falhanços, humilhantes, frente ao Real Madrid e Barcelona, a fraca qualidade de jogo patenteada nos encontros já disputados e as carências, em termos de oportunidades de golo criadas pela equipa, não contribuem para levar mais público ao Alvaláxia.
Por outro lado, as incompatibilidades viscerais do técnico Paulo Bento com futebolistas com potencial mais que suficiente para garantir a titularidade, não são trunfos a favor da união entre os associados leoninos.
O Dr. Soares Franco pode até imputar o não pagamento de quotas e o decréscimo de vendas das gameboxes à “crise global” e à falta de poder de compra dos portugueses mas, uma coisa é certa, sem vitórias e com uma equipa que exibe pouca consistência exibicional dificilmente entrará mais gente no estádio.
O presidente pode sobrevalorizar os torneios particulares disputados pelo Sporting, as Taças e Supertaças conquistadas, o apuramento para a Liga Milionária mas se o clube não vencer, a curto prazo a principal Liga nacional, os adeptos do futebol em geral continuarão a afirmar que os sportinguistas estiveram “x anos” sem vencer o campeonato, como aconteceu em 18 anos consecutivos, não sendo relevante mencionar as taças conquistadas, no período de "abstinência", nem tão pouco as vezes em que terminaram no segundo posto.

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