terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Cautelas e caldos

Muito se tem opinado e especulado sobre a constituição do grupo A, da fase final do Euro 2008, onde Portugal se encontra inserido. A maioria das apreciações é de índole favorável classificando-nos, mais uma vez, como o principal favorito à conquista do lugar cimeiro do grupo. A adicionar a isto, alguns jogadores potencialmente seleccionáveis para aquele evento desportivo, também se manifestaram confiantes em conseguir a posição de liderança no grupo das quatro selecções, o que transmite desde logo, alguma crença nos seus atributos.
Contudo está-se mais uma vez a criar um ambiente de optimismo exagerado à semelhança do que aconteceu no Mundial de 2002, onde não éramos só favoritos à vitória do grupo, mas também, segundo alguns “experts”, ao triunfo final do torneio.
As analogias com o mundial de 2002, são por demais que evidentes. Começámos por defrontar os EUA e perdemos, inesperadamente. No próximo Junho o primeiro adversário será a Turquia. Bem mais complicado, pois possuiu características técnicas e um sistema de jogo que se “encaixam” no nosso, quase na perfeição. Como normalmente o primeiro encontro, em disputa, dá empate aconselha-se concentração e empenho. O segundo encontro naquele malfadado mundial foi com a Polónia. Era uma equipa sectorialmente desequilibrada, em fase de renovação, sem grandes aspirações. Agora temos de medir forças com outra selecção da Europa Central, a República Checa, herdeira natural da Checoslováquia, com um passado futebolístico invejável e exibindo, actualmente, um futebol organizado e vistoso, praticado por futebolistas oriundos dos melhores clubes europeus. Não vai ser “pêra doce”. Naquela fase final de 2002 de má memória, Portugal acabaria “às mãos” da selecção anfitriã, no caso a Coreia do Sul, equipa acessível, tal como a actual Suiça, mas perdeu por 1-0.
Acabaria por ser o fim da “geração d’ouro” do futebol português que regressou, inesperadamente e sem glória, a casa deixando para trás um rastro misto de indisciplina e desilusão.
Depreende-se que, cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém.

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