quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Motivação


Frequentes são as conferências de imprensa, onde os técnicos dos nossos principais clubes tentam, de forma pouco convincente, justificar prestações menos conseguidas dos seus futebolistas, com a falta de motivação.
É absurdo, jogadores que por prazer, opção ou divertimento, fazem aquilo que mais gostam, rodeados dos meios técnicos e logísticos mais evoluídos, instalados em complexos desportivos e hoteleiros de luxo e pagos principescamente, cuja principal contrapartida é a assiduidade aos treinos e a presença, nos encontros de fim-de-semana, não descubram a motivação necessária que legitime, pelo menos, tanta mordomia.
Perturbante se torna, quando a ausência de motivação é denunciada pelos próprios dirigentes e responsáveis técnicos que, como principais agentes desportivos, deveriam ser dotados das competências suficientes para evitar a ocorrência de tais situações.
No mínimo é chocante que, o simples adepto da bola, “cidadão médio” de um país em crise, fazendo sacrifícios financeiros para acompanhar de perto o comportamento do clube da sua simpatia, se aperceba da desmotivação patenteada por futebolistas profissionais, quando defrontam equipas de menor nomeada, sabendo-se que, muitos deles, não evidenciam talento suficiente para explicar o salário que auferem.

1 comentário:

Anónimo disse...

O problema é precisamente esse: ganham demais para aquilo que jogam. Quem recebe um ordenado que lhe permite comprar um Ferrari todos os meses, como é que lhe há-de apetecer correr se, jogando bem ou mal, tem a fortuna e a reforma garantida? Culpa de quem gasta com eles os rios de dinheiro que eles não merecem, e culpa dos tansos como nós que lhes alimentamos as mordomias com a compra de bilhetes, pagamento de quotas, lugares cativos e canais do cabo. Se os adeptos fizessem greve ao futebol, lá se iam as mordomias dos meninos e talvez encontrassem motivação para merecerem o salário noutra profissão.