domingo, 22 de junho de 2008

"Auf wiedersehen"


Os quartos-de-final cumpriram a sua obrigação e colocaram mais quatro selecções fora da Fase Final do Euro entre as quais, segundo alguns “comentadores”, a grande favorita à conquista do troféu: Portugal.
Caída aos pés da forte selecção alemã, Portugal não saiu sozinho e levou consigo a Croácia, a Holanda e a Itália.

Portugal: Mostrou no Euro, o futebol que, presentemente, está ao seu alcance. Aceitando a condição de favorita e de vencedora antecipada, mesmo antes do Torneio se iniciar, foi eliminada por uma selecção alemã que não difere muito daquilo a que nos habituou. Equipa matreira, trabalhadora, concentrada q.b., pouca evoluída tecnicamente mas forte fisicamente e a cortar as “linhas de passe”, com mestria.
À semelhança do que aconteceu ao Brasil de 1982, Portugal possuía uma equipa recheada de talentos individuais, mas onde faltou algum “conjunto” e um guarda-redes e avançado-centro, à altura dos restantes elementos. De facto, por muito que Scolari insistisse em Ricardo e Nuno Gomes, o certo é que nenhum deles garantia, à partida, desempenhos consentâneos com uma fase final de um Euro (um sofre golos defensáveis, o outro não marca golos fáceis). Por outro lado, a adaptação de Paulo Ferreira ao lado esquerdo da defensiva (um invenção de Mourinho) tornou o sector, dramaticamente, vulnerável, em termos técnicos e de posicionamento, mais evidentes quando se defrontam adversários de qualidade acima da média.
Também se nota que, alguns jogadores portugueses têm dificuldades em lidar com o êxito e com os elogios dos “mass media”, muitos deles extemporâneos e forçados, “levando” futebolistas com aspirações a “melhores do mundo” a prestações muito aquém daquilo que podem fazer.
Surpreendente foi o desempenho de Deco. Depois de uma época problemática, no Barcelona, surgiu na Suiça com uma frescura física invejável, assumindo-se como o organizador de jogo, por excelência, “criando” desequilíbrios raramente aproveitados pelos companheiros, fruto de uma qualidade técnica só acessível aos predestinados. Contra a Alemanha levou a equipa “às costas”.
A frustração acabará por se diluir com o tempo e os responsáveis federativos se quiserem manter a disciplina, independência clubista e o “elan” que existiu em torno da Selecção Nacional, na era Luiz Felipe Scolari, terão de começar a pensar em.............. Manuel José.

Croácia: Chegou como candidata a “outsider”. Venceu o grupo onde estava inserida, mas acabou desqualificada sobre a linha da meta.

Holanda: Ritmo, técnica, criatividade, não foram suficientes para vencer a “mecanização russa”.

Itália: Futebol cínico e muito táctico para o qual, e como é habitual, a Fase de Grupos “não conta”. Desta vez, Buffon não conseguiu garantir a qualificação.

Agora os portugueses têm de saber viver com mais um fracasso desportivo, com a obsessão do deficit e com a gasolina 95 a 1,528 €.

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