quinta-feira, 26 de junho de 2008

Selecção Euro 2008


À semelhança do que acontece nos jornais desportivos, e depois de ter assistido à maioria dos encontros realizados no Campeonato da Europa de Futebol (falta a final), sinto alguma legitimidade para eleger a “minha selecção”, do Euro 2008.
A primeira dificuldade surge na escolha do guarda-redes titular. Qual dos “monstros” a seleccionar? Buffon ou Casillas?
Buffon é considerado, por muitos, como o melhor guardião do mundo. Casillas, mais jovem, não lhe fica atrás.
Escolha difícil que, acabou por pender para o guarda-redes do Real Madrid, por ter vencido o confronto directo com o italiano, defendendo as grandes-penalidades necessárias que garantiram a qualificação da Espanha à fase seguinte.
Embora o seu rendimento melhore quando deslocado para o flanco esquerdo, o eleito, para jogar no lado direito da defensiva é Lahm. A escolha é justificada, não só por o alemão ter disputado os dois primeiros encontros como lateral-direito mas, principalmente, por o posto de defesa-esquerdo estar reservado para o esquerdino Zirkov.
Se a selecção dos centrais tivesse sido efectuada antes do campeonato se iniciar, a preferência iria, sem dúvida, para a dupla portuguesa, Pepe e Ricardo Carvalho. Face ao desempenho pouco conseguido, especialmente, no confronto com os alemães, apenas Pepe terá ultrapassado a mediania e manifestado algum inconformismo exibicional, tendo, inclusive, apontado um golo aos turcos.
O luso-brasileiro teria como companheiro do seu lado esquerdo o russo Kolodin. Defesa pendular, quase intransponível, com excelente jogo de cabeça, que utiliza o seu forte remate para levar o perigo às redes adversárias.
O lugar de defesa-esquerdo está guardado para uma das grandes revelações do torneio: Zhirkov. De aparência frágil, o futebolista russo revelou-se como um defesa de cariz ofensivo, detentor de invejável ”pulmão”, que lhe permite “fazer” todo o corredor esquerdo e, em perigosas assistências, proporcionar frequentes ocasiões de golo.
No centro do terreno o italiano Pirlo é indiscutível. A sua qualidade de passe e capacidade técnica permitem-lhe imprimir ao jogo uma dinâmica e movimentação pouco comuns. Por outro lado, a precisão com que assiste os companheiros e o perigo que cria, nas bolas paradas, fazem dele o melhor médio a jogar em Itália e um dos melhores do Mundo.
Como companheiros do meio-campo foram seleccionados dois futebolistas com características díspares. Deco “o mágico”, é um jogador difícil de travar, que utiliza todo o seu manancial técnico para criar desequilíbrios e abrir brechas nas defensivas contrárias. O tridente centro-campista seria completado pelo holandês Sneijder, médio do Real Madrid. Jogador “todo-o-terreno” evidencia uma disponibilidade e uma “saúde física” que lhe permitem fazer o “vai e vem” do meio-campo com eficácia, servindo-se, ainda, do seu poderoso remate para provocar o pânico nas redes contrárias.
Na frente de ataque, a colocação de Ronaldo poderá parecer tendenciosa, face ao que o português produziu. No entanto, de um jogador que actualmente é considerado, por muitos “experts”, como o melhor do mundo tudo se poderá esperar, inclusive, rasgos de génio tão necessários na obtenção de vitórias e conquista de títulos. Talento é, também, o que não falta ao russo Arshavin. Oriundo do Zenit, e considerado o melhor futebolista russo da actualidade, é um jogador rápido, objectivo, de remate fácil, com grande capacidade de controlo de bola e que, aos 27 anos, ainda sonha com “grandes palcos”.
O "onze" fica completo com um avançado fogoso, raçudo, nascido em Espanha. O jovem valenciano David Villa para além de se ter evidenciado como um rematador de grande futuro, “arrisca-se” a ser o melhor marcador do Euro 2008.

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