domingo, 16 de maio de 2010

I - Flashes dos Mundiais (1930, 1934 e 1938)

Com o aproximar do Mundial de Futebol da África do Sul, inicia-se hoje a publicação de um conjunto de textos, agrupados por décadas, sobre alguns factos e curiosidades dos mundiais, anteriormente, disputados.
De facto, nenhum outro evento desportivo chama tanto a atenção das pessoas como o Mundial de Futebol, que se realiza de quatro em quatro anos.
Com prestígio sempre crescente, surgiu da carolice de um grupo de visionários franceses, liderados pelo inovador Jules Rimet que, após o sucesso dos Jogos Olímpicos disputados na década de 20, teve a ideia de juntar as melhores selecções de futebol na disputa da “Taça de Ouro”, da autoria de Abel Lefleur.
O primeiro Mundial de Futebol teve lugar, em 1930, no Uruguai, país escolhido por ter sido bicampeão olímpico de futebol (1924 e 1928) e nessa altura estar a comemorar o centésimo aniversário da sua independência.
Após 18 edições, embora interrompido durante 12 anos devido à Segunda Guerra Mundial, e depois de muitos jogos disputados e muitas mudanças de Continente, o Mundial de Futebol continua a ser o grande centro de atenções e o sonho de muitos jovens que escolheram como profissão ser futebolista.

Uruguai – 1930:
O sonho de Jules Rimet, presidente da FIFA de 1921 a 1954, tornava-se realidade. Contudo devido à necessidade de convidar os participantes, por ausência de uma fase de qualificação, complicou a realização do 1º Campeonato do Mundo.
A maioria das selecções europeias recusou participar devido à travessia do Atlântico de barco e por a maioria dos seus futebolistas ter o seu emprego e não poder abandonar os locais de trabalho, durante várias semanas.
A Alemanha, Áustria, Espanha, Itália, Hungria, Suiça e Inglaterra nem se inscreveram.
Apesar da boa réplica das 13 selecções participantes, a superioridade uruguaia confirmar-se-ia numa vitória por 4-2, na final, sobre a rival Argentina e, assim, conquistaria o primeiro título mundial e a “Deusa das Asas de Ouro”. Na Europa poucos tinham dado importância ao jogo da final, onde cada equipa jogou com a sua bola durante cada parte do encontro.

Itália – 1934:
Para gáudio do ditador Benito Mussolini, a organização do Mundial foi entregue à Itália, que viu no evento uma excelente oportunidade de propaganda política. Para o efeito, permitiu que jogadores estrangeiros representassem a “squadra azzurra”, desde que tivessem ascendência italiana. Assim, o seleccionador Vittorio Pozzo passou a dispor de quatro argentinos e um brasileiro, para chegar à vitória final. Após eliminar, nas meias-finais, o “Wunderteam”, a poderosa selecção austríaca, a Itália acabaria por derrotar, na final, a Checoslováquia (2-1), já no prolongamento.
De salientar que, o campeão Uruguai retribuiu na mesma moeda a ausência das principais selecções europeias no mundial de 1930 e não defendeu o título, em Itália, situação única na história da competição.
Para a selecção lusa a fase que qualificação seria marcada pela eliminação frente aos vizinhos espanhóis, com a copiosa e celebre derrota, em Madrid, por 9-0.

França – 1938:
Primeiro Campeonato do Mundo onde, na fase final, foi concedida as entradas directas da Itália, detentora do título, e da França, país organizador. No entanto as ausências ainda se faziam notar, nomeadamente, da Espanha, a contas com uma sangrenta Guerra Civil, e da Inglaterra que, teimosamente, continuava a não quer participar, talvez por o “pai” do campeonato mundial ser o francês, Jules Rimet.
A França lançou a novidade de os jogos se realizarem em 9 cidades diferentes, o que obrigou a uma maratona de viagens.
A competição foi marcada pelo equilíbrio, mas na final a Itália mostrou a sua capacidade táctica e derrotou a Hungria por 4-2. O treinador Vittorio Pozzo juntava, assim, mais um título mundial de futebol, depois de ter também vencido os Jogos Olímpicos de 1936. Confirmando a hegemonia do seu futebol a Itália foi a primeira selecção a sagrar-se bicampeã mundial.

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