quarta-feira, 16 de junho de 2010

O ceguinho

Depois de se assistir ao encontro de estreia de Portugal no mundial de futebol, com a Costa do Marfim, disputado em Port Elizabeth, fica-se com a sensação de que, o tão apregoado “estudo cientifico” que a equipa técnica do professor Carlos Queiroz realiza às equipas adversárias, ao ponto de fornecer, segundo ele, um DVD a cada jogador sobre as características dos seus adversários directos, não passa de mais uma “treta cientifica” do seleccionador.
Sabendo que, se iria defrontar uma, fisicamente, poderosa selecção africana torna-se de difícil entendimento a opção de Queiroz ao escolher futebolistas com limitado poder de choque - na zona intermediária perderam a maioria dos lances divididos – com dificuldades em ombrear com as características físicas dos nossos adversários.
No entanto, era sempre uma situação que se poderia corrigir no decurso do encontro, uma vez que existiam homens, no banco de suplentes (Miguel Veloso e Hugo Almeida), que, em termos físicos, não perderiam no confronto com os jogadores marfilenses, “fornecendo” à selecção o “musculo” necessário e suficiente para inverter as situações de perda de bola, nos ressaltos. Mas como Carlos Queiroz, em termos de “leitura de jogo”, é um pouco mais que ceguinho, as substituições que operou nada acrescentaram à qualidade de jogo praticado pela selecção, uma vez que os futebolistas que entraram possuíam características idênticas, aos substituídos.
Também, difícil de compreender é a entrada de Ruben Amorim, em campo, pois trata-se de um jogador que, não fazendo parte dos 23 seleccionados para o Mundial e sem disputar qualquer encontro na fase de qualificação, chega dois ou três dias antes do encontro, em substituição de Nani, e joga. Qual o espírito dos restantes suplentes que andam a “aturar” o professor, desde a Covilhã, e se vêem ultrapassados? Para união de grupo não está nada mal.
Ah! É verdade. Ainda só vamos no primeiro jogo disputado e Carlos Queiroz já começou “a chutar para canto”. Não sabendo aproveitar o talento que tem entre mãos e como é seu hábito, em vez de assumir os próprios erros e da equipa, preferiu “fazer agulha e mudar de linha” e dispersar a atenção do “pessoal” da discussão de um resultado menos favorável, especulando em torno da protecção que Drogba utilizou no braço, recentemente operado.
De facto, em terra de cegos quem tem um olho é rei.

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